Arco rodoferroviário vai custar R$ 220 milhões

Para melhorar a logística de transporte de mercadorias no Estado, o governo irá apresentar ao BNDES (Banco nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), em 15 dias, o projeto de construção de um arco que liga a BR 116 à BR 222, na altura da entrada do Porto do Pecém, conectando as rodovias à Transnordestina. O banco seria o financiador do arco rodoferroviário, que está orçado em R$ 220 milhões.


O projeto teria 90 quilômetros de extensão e passaria pelas CEs 065 e 060 e pela BR 020, fazendo balões em cada uma das rodovias. “O anel atual está com a capacidade esgotada e é muito dentro da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Este arco será mais aberto para cargas que vêm de outras rodovias, permitindo que os caminhões não se aproximem tanto de Fortaleza”, explica o diretor de Desenvolvimento Setorial da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece), Eduardo Diogo.


Segundo ele, as desapropriações na área já seriam feitas prevendo uma futura duplicação da obra, já que o projeto atual propõe uma pista simples (uma indo e outra voltando). Com esta duplicação, seriam construídas passagens de nível nas rodovias.


Ainda não está, entretanto, detalhado como ficará o arranjo financeiro do projeto, ou seja, com quanto arcaria o Estado e de quanto seria o possível financiamento do BNDES.


Integração à Transnordestina


A integração à Transnordestina seria feita por um intermodal de cargas que ainda não tem definido, exatamente, em que localidade se situará. Segundo Diogo, três municípios estariam sendo cogitados para abrigarem a estrutura. A Transnordestina ligará os portos de Suape (PE) e Pecém através de uma ferrovia de 1750 quilômetros, permitindo o desenvolvimento econômico de vários pólos produtivos. Na próxima segunda-feira, o governo estadual se reunirá com a diretoria da Transnordestina Logística, que é a empresa responsável pelo empreendimento. Segundo Diogo, a reunião será para aprofundar o entendimento sobre a ferrovia no Estado. Desta reunião, serão marcadas as próximas a serem tidas entre os órgãos do governo para agilizar os projetos a ainda a serem elaborados.


Passageiros


De acordo com Diogo, a ferrovia Transnordestina deverá contemplar também os passageiros. E essa possibilidade vem sendo trabalhada pelo governo. Existe a possibilidade de fazer uma interligação entre o Metrofor e a ferrovia, para permitir que passageiros de Fortaleza possam se deslocar a um ponto em que houvesse a integração com a Transnordestina e, de lá, seguir pelo seu destino. O fechamento de um projeto nessa linha, entretanto, ainda está sendo discutido.


A Adece deverá se reunir com o Metrofor para pensar nas possibilidades. Segundo o diretor da Adece, a integração entre Fortaleza e Juazeiro do Norte, por meio da estrada de ferro, duraria entre 2 horas e meia e três horas.


“O trem anda a quase 200 quilômetros por hora, é muito rápido”, diz. O bilhete ficaria em um valor intermediário entre o preço da passagem de ônibus e a aérea. Como a Transnordestina se destina ao Porto do Pecém, e não à Fortaleza, os passageiros teriam que entrar no trem fora da Capital. A localização exata da plataforma para pessoas e cargas na RMF ainda não está definida.


RECURSOS DO BNDES


“Ainda não sabemos qual o valor de investimento necessário, mas para o banco não há limite. A idéia é apoiar estudos, pesquisas e planejamento”, afirmou Paulo Ferraz Guimarães, chefe do Departamento Regional Nordeste, do BNDES, em relação aos projetos cearenses apresentados ontem pelo Governo do Estado para a Transnordestina.


“Na fase de operação, podemos verificar setores produtivos que podem se beneficiar com esse corredor logístico, que vai cortar 42 municípios cearenses. É necessário que as manchas urbanas dessas localidades tenham sua ocupação planejada”, exemplificou.


A secretária estadual Silvana Parente (Planejamento e Gestão), que deixa o cargo hoje, afirmou: “O município de Iguatu pode se tornar uma fronteira agrícola”. Segundo a secretária, a proposta do governo prevê uma estimativa inicial de recursos, prazo e cronograma, que somente na próxima reunião será apresentada ao BNDES. “Queremos encarar a Transnordestina como eixo de desenvolvimento e não como uma ferrovia de transporte de grão e minério, que é sua viabilidade central”, pontuou.


INCENTIVO ÀS EXPORTAÇÕES


Construção de portos secos traria avanço


Nos portos secos são executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias
A proposta do governo estadual de construir plataformas intermodais no Estado, integrando a Transnordestina ao modal rodoviário em algumas regiões estratégicas do Estado, pode ganhar um avanço. Um novo projeto pode se integrar a este, que é a construção de portos secos nestas áreas, o que incentivaria ainda mais as exportações de mercadorias nos diversos pólos produtores do Ceará.


Os portos secos são áreas alfandegadas fora dos portos marítimos. Nelas, são executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro. Ou seja, com a implantação de uma estrutura dessas dentro de uma plataforma intermodal no Interior, as mercadorias lá produzidas já sairiam lacradas para a exportação, não tendo mais que passar por inspeções no porto marítimo.


De acordo com o diretor da Adece, a possibilidade vai ser avaliada junto ao Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), que já havia realizado um estudo sobre o assunto, e ao Metrofor.


Eduardo Diogo esclarece que nem todas as plataformas — que são dotadas de infra-estrutura de armazenamento de cargas para impulsionar o escoamento das produções locais — receberia, obrigatoriamente, um porto seco. “As plataformas terão estruturas peculiares, dependendo do perfil produtor da região. Pode ser que um porto seco seja essencial para uma plataforma e, para outra, seja dispensável”.


O projeto de criar estes portos em sincronia com as plataformas ainda será elaborado para ser apresentado ao BNDES em cerca de 15 dias. “Vamos ver se isso é realmente interessante. Tudo requer viabilidade econômica”, esclarece.


Atualmente, existem portos secos em 14 estados brasileiros. Somente o Estado de São Paulo possui 27 estruturas destas em funcionamento. No Nordeste, a Bahia e Pernambuco possuem portos secos, a primeira com dois e o segundo com um.


Projeto anterior do Ceará previa a construção de um porto seco no município de Maracanaú, que estaria envolvido na estrutura da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), antes programada para aquele distrito industrial. Com a transferência da ZPE para o Pecém, o projeto não vingou. “Entretanto, dentro do escopo do que estamos analisando, pode ser que aquela região seja contemplada com uma plataforma. Aí, poderá ter um porto seco”.


Plataformas


Ainda não está definido o financiamento das plataformas intermodais pelo BNDES, até mesmo porque o projeto ainda deverá passar por mudanças. É possível que, ao invés das seis plataformas anteriormente projetadas, somente quatro vinguem. Entretanto, o Estado trabalha hoje com a possibilidade de cinco plataformas. O projeto final ainda será apresentado ao governador Cid Gomes, que irá definir onde ficarão estas estruturas.

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