A retomada do crescimento do setor ferroviário deve elevar o faturamento da indústria em pelo menos 25% em relação a 2009, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer).
“No setor de carga temos uma previsão de 2 mil a 2,5 mil vagões, conforme apontam os pedidos que já estão em carteira. Isso significa que a produção deverá mais que dobrar em relação ao que foi feito no ano passado”, avalia o presidente da entidade, Vicente Abate.
Em 2009, foram produzidas 22 locomotivas. A previsão para este ano é entregar pelo menos 60 unidades. Abate aponta que há dez anos nem se produzia locomotivas no País. Hoje, fabricam-se unidades diesel-elétricas de corrente alternada, com potência de 4,4 mil HPs, além de locomotivas diesel-hidráulicas.
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De acordo com dados da entidade, atualmente são transportadas por ferrovia cerca de 500 milhões de toneladas, o que corresponde a 26% da matriz brasileira de transporte de carga. “A matriz ainda está distorcida”, explica o executivo. “O equilíbrio será atingido com a execução do Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT) do Ministério dos Transportes, que prevê participação do modal ferroviário de 35% em 2025. Para isso acontecer, elevados investimentos terão que ser feitos na correção da malha ferroviária existente, para eliminar seus gargalos, e na expansão da malha, que atualmente é de 29 mil quilômetros, muito pequena para a extensão territorial brasileira”, avalia.
Projetos em andamento – Entre os diversos projetos em andamento para expansão da malha ferroviária, o trecho norte da Ferrovia Norte-Sul (Açailândia a Palmas) deverá ser concluído neste semestre e o trecho sul (Palmas a Anápolis) até o final de 2010. A Norte-Sul prevê ainda se estender até Estrela D´Oeste (SP) e posteriormente até Rio Grande (RS).
A Ferrovia Nova Transnordestina está em andamento e tem previsão de ser concluída em 2012. A continuação da Ferronorte (Alto Araguaia-Rondonópolis) já foi iniciada. Outros projetos deverão ser iniciados ainda em 2010, como é o caso da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Ilhéus a Figueirópolis na Norte-Sul) e Ferrovia Centro-Oeste (Uruaçu na Norte-Sul a Vilhena).
A Abifer aponta que esses projetos impactarão na geração de empregos no segmento. “Haverá certa reposição de empregos perdidos devido à crise de 2009, mas não ainda na proporção da perda, que chegou a três mil posições. Hoje nossas empresas contam com cerca de 10 mil funcionários”, aponta.
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