O governo da Argentina cassou, nesta quinta-feira, 24, a concessão da Trenes de Buenos Aires S/A. A empresa operava os trens que colidiram em fevereiro, na estação Once, em Buenos Aires, matando 51 pessoas e ferindo 703. Em outro acidente, envolvendo trens da TBA, em setembro de 2011, sete pessoas morreram e 213 ficaram feridas. “A decisão foi tomada após uma série de violações feitas pela TBA”, disse Julio De Vido, ministro do Planejamento, durante coletiva de imprensa.
Segundo De Vido, o principal motivo para a suspensão da concessão foi a falta de manutenção das composições e do sistema, comprometendo a segurança e a eficiência do serviço. A empresa não emitiu nenhum comunicado à imprensa e não comentou a rescisão.
A intenção do governo agora é incrementar o serviço, investindo no sistema de trens da capital e cidades vizinhas, o que não foi feito pela TBA, afirmou o ministro. O serviço será operado provisoriamente pela Ferrovías S/A e pela Metrovías S/A, responsável pelo metrô de Buenos Aires.
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A TBA conquistou a concessão para operar o serviço de trens da capital nas linhas Sarmiento e Mitre, em 1995. Segundo o site da companhia, os subsídios pagos pelo governo argentino (para manter as passagens a preços populares), desde 2002, não cobriam os serviços adequados de manutenção do sistema. Ainda, que o faturamento alcançado com a venda dos bilhetes não cobria nem a metade dos custos com salários, impedindo que a empresa desenvolvesse um plano de investimento.
Por ano, a TBA, que também opera uma linha que liga as cidades de Buenos Aires, Rosario e Santa Fe, transporta cerca de 192 milhões de passageiros por ano e emprega mais de 4 mil pessoas.
De Vidos afirmou que as investigações sobre os dois acidentes, de fevereiro e de setembro, com trens da TBA ainda não foram concluídas e vão continuar.
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