O custo de transporte de carvão no corredor Nacala, em Moçambique, certamente será competitivo, embora ainda não haja um valor fixado para a tarifa que será cobrada. A afirmação é do diretor-executivo de finanças e relações com investidores da Vale, Luciano Siani, que frisou que esse valor será suficiente para remunerar as despesas operacionais do corredor logístico e ainda pagar os custos financeiros dos empréstimos levantados para bancar a construção da ferrovia e do porto.
O diretor-executivo de carvão da companhia, Roger Downey, lembrou que o custo previsto para operação para retirar o carvão da mina de Moatize e entregar no porto deve girar em torno de US$ 16 por tonelada.
“Como o custo financeiro ainda não está definido, não há valor fechado para a tarifa. Mas certamente ela será competitiva, já que o custo operacional será de cerca de US$ 16 por tonelada”, disse Siani em teleconferência com jornalistas.
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O corredor Nacala consiste em 912 quilômetros de ferrovia e o porto, construídos para escoar a produção da mina de carvão de Moatize, em Moçambique. A ferrovia também corta parte do território do Malauí.
Downey frisou que o corredor já entrou em operação, com o primeiro trem com carvão desembarcando no porto de Nacala no começo deste mês. Siani destacou ainda que a companhia tentará levantar com a Mitsui recursos de até US$ 2,7 bilhões para conclusão do projeto e ressaltou que estão bastante confiantes de conseguir pelo menos US$ 2 bilhões. Esse empréstimo será no modelo de project finance e as tarifas cobradas para operação do porto deverão ser suficientes para pagar esse empréstimo e remunerar a operação.
“O project finance poderá ser mais competitivo que os empréstimos que temos na mina. Nesse sentido, é possível até que o custo financeiro baixe”, frisou Siani.
Produção
O diretor-executivo de carvão e fertilizantes disse que a produção de carvão na mina de Moatize deverá ser de 5 milhões de toneladas este ano. O volume representa crescimento de 34% sobre 2013.
A expectativa é que a produção de carvão da mineradora no país africano vá crescendo de forma gradual e possa atingir capacidade de 26 milhões de toneladas em 2019. Mesmo com essa projeção, a Vale reconhece que a capacidade inicial de carvão estará limitada, do ponto de vista logístico, a 22,5 milhões de toneladas por ano.
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