Bunge quer listagem de subsidiária até julho

A Bunge Açúcar e Bioenergia, subsidiária
da Bunge, protocolou ontem seu prospecto preliminar para oferta inicial de
ações (IPO) e, segundo dois executivos próximos à operação, quer fazer a
listagem até julho. A oferta é secundária, coordenada pelos bancos Itaú BBA,
J.P. Morgan e Santander. A empresa vai testar, na sondagem inicial com
investidores, uma avaliação entre R$ 7 bilhões e R$ 9 bilhões, conforme as
fontes.

A empresa, que produz etanol, açúcar e
bioenergia a partir da cana-de-açúcar, não vai chegar à bolsa em seu melhor
desempenho. No ano passado, a subsidiária da Bunge registrou prejuízo de R$
57,6 milhões, ante lucro de R$ 531,4 milhões em 2016. O resultado líquido do
primeiro trimestre de 2018 continuou no vermelho, com prejuízo de R$ 111,9
milhões. A receita operacional líquida ajustada no trimestre foi de R$ 273,6
milhões.

O sucesso do IPO é condição precedente
para a reestruturação da dívida da empresa com seu controlador. Ao fim de
março, o saldo dessa dívida estava em R$ 2,944 bilhões, com custo médio de 8,7%
ao ano – parte é remunerada por uma taxa anual fixa de 7,5% e outra, de 11,5%.
Conforme o prospecto preliminar, após o IPO, a dívida da companhia com o grupo
passará a ser denominada em dólares, num total de US$ 700 milhões. O custo
passará para Libor mais 2,75% ao ano. Não há informação sobre prazos. De acordo
com o documento, o contrato de empréstimo de capital de giro atual será trocado
por um financiamento de pré-exportação de usinas.

Outras duas empresas em fase de sondagem
com investidores estão avaliando alternativas ao IPO, apurou o Valor. A fabricante
de produtos de informática Multilaser segue com o processo para listagem até
julho, mas também contratou um assessor financeiro e um escritório de advocacia
para avaliar uma venda direta de participação, em torno de 25%, conforme uma
fonte. “A empresa está em processo de ‘dual track’ e, se chegar em acordo
para venda de participação, postergará a oferta”, diz uma fonte. A
Multilaser ainda não fez o registro de empresa aberta ou protocolo de
prospecto, o que está previsto para o fim do maio.

Já o grupo catarinense de shoppings
Almeida Junior, que contratou bancos em março, estuda deixar o IPO para 2019.
Um executivo próximo à companhia afirma que há novas receitas a serem
capturadas este ano, de estratégias já implementadas, e que ponas próximas
semanas, conforme esse executivo. Na fila de IPOs até julho estão também o
banco Agibank, a subsidiária de cartões do Banrisul e a varejista Quero-Quero.

 

– Fonte: http://www.valor.com.br/financas/5530413/bunge-quer-listagem-de-subsidiaria-ate-julho


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