Catherine Vieira, Heloisa Magalhães e Talita Moreira Do Rio e de São Paulo
O Citigroup, que rompeu ontem uma parceria de sete anos com o Opportunity de Daniel Dantas, assume a gestão de empresas com patrimônio somado de R$ 10 bilhões e receitas de vendas de R$ 12 bilhões em 2004.
Além da Brasil Telecom, que sozinha faturou R$ 9 bilhões em 2004, o banco
americano terá poder de decisão nas operadoras Telemig Celular e Amazônia Celular, na Opportrans, que administra o metrô do Rio, na Santos Brasil, maior terminal de contêineres do país, e na Sanepar, empresa de saneamento do Paraná.
O encaminhamento de uma possível solução para o conflito societário na BrT
fez com que as ações da empresa tivessem forte alta na Bovespa. O papel
preferencial da operadora subiu 21,9% ontem, a maior alta entre as ações
que compõem o Ibovespa. A ação ordinária da operadora e os dois papéis da holding BrT Participações também tiveram ganhos significativos. Com isso, o valor de mercado da empresa subiu, no dia, entre R$ 750 milhões e R$ 1,8 bilhão, dependendo do papel considerado no cálculo.
A expectativa é que o Citigroup assuma a gestão da companhia e coloque o
controle acionário à venda nos próximos meses. É pouco provável que o banco queira manter em carteira o ativo, que já detém há sete anos, observa
Maurcio Fernandes, da Merrill Lynch. A Telecom Italia, acionista da BrT em
litígio com o Opportunity, é a compradora mais provável. Segundo fonte
envolvida no processo, as negociações entre os italianos e o banco
americano estão em fase adiantada.
Interlocutores familiarizados com o caso afirmam que Daniel Dantas levará a
disputa à Justiça. O Opportunity continua indiretamente como acionista da
Brasil Telecom, por meio do Opportunity Fund e da Timepart, e deverá usar
essas participações para tentar impor um acordo de acionistas.
Fonte: Valor
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