GE Transportation vende mais no país

David Calhoun, presidente mundial da GE Transportation, a divisão da General Electric que fabrica equipamento para os setores de aviação e ferroviário, tem motivos de sobra para estar satisfeito com os negócios que vem fazendo no país. Vale do Rio Doce, Embraer, Gol e TAM são empresas locais em expansão e que figuram na lista de clientes ativos da multinacional.

`Há um ressurgimento do tráfego aéreo de passageiros no Brasil e também uma grande demanda no setor ferroviário`, afirma Calhoun, que esteve esta semana no país em visita aos maiores clientes.

`O ano de 2004 foi muito bom e nossas expectativas para este ano são ainda melhores.` A receita da GE Transportation no país deve crescer 25% em 2005 e atingir cerca de US$ 500 milhões, um terço de tudo o que a GE fatura por aqui em suas onze divisões. E esse número não inclui, por exemplo, as turbinas contidas na nova família de jatos da Embraer, que levam o selo da GE Transportation. Neste caso, a receita conta para a matriz.

Calhoun dirige uma divisão que faturou US$ 15,6 bilhões globalmente em 2004 e tem sido um dos executivos apontados como candidato a suceder o executivo-chefe da Boeing, Harry Stonecipher, afastado em março depois de envolver-se com uma executiva do grupo. Sobre o assunto, responde como manda o manual. `Eu adoro o que faço e adoro a GE, passei minha vida na empresa e espero ficar`, disse ao Valor.

Calhoun fala com entusiasmo especialmente de três clientes que fecharam negócios expressivos com sua divisão em 2004: Vale, Embraer e Gol.

A Vale fechou, por US$ 176 milhões, a compra de 88 novas locomotivas da GE, o equivalente a 10% da produção da empresa estimada para este ano. `A Vale é, de longe, o nosso maior cliente fora da América do Norte`, diz Calhoun. Outros clientes nessa área são a MRS Logística e a ALL. Neste caso, o negócio principal tem sido a renovação de locomotivas usadas. `Se o crescimento econômico se mantiver, será preciso ampliar a infraestrutura ferroviária e as empresas precisarão de mais locomotivas.`

O ano de 2004 marcou a estréia da nova família de jatos 170/190 da Embraer, de 70 a 110 assentos, todos eles equipados com turbinas GE. A fabricante brasileira entregou 46 unidades do modelo 170 – total de 92 turbinas vendidas a US$ 2 milhões cada. `Esse número só vai crescer daqui para frente.`

`A Embraer se tornou a terceira mais importante fabricante de aviões do mundo e, neste momento, tem de longe o melhor produto no segmento de jatos regionais`, afirma o executivo. Calhoun acredita que a demanda pelos novos jatos será fortemente alavancada quando a aérea americana de baixo custo JetBlue estrear o jato 190 no segundo semestre deste ano.

O contrato da aérea brasileira de baixo custo Gol fechado no ano passado com a Boeing também gerou negócios expressivos para a GE. Todos os 30 jatos confirmados até agora, e que começam a ser entregues em 2006, virão com motores ao custo unitário aproximado de US$ 8 milhões. `A Gol fez uma excelente escolha de turbinas`, diverte-se.

Calhoun diz que a GE tem um histórico de parceria com as aéreas que seguem o modelo baixo custo, com clientes como a americana Southwest, as européias Ryanair e EasyJet e a canadense WestJet.

Outro cliente relevante no setor é a TAM, que cresceu a taxas expressivas no ano passado e também está expandindo sua frota. Hoje, a maioria dos modelos da européia Airbus, fornecedora da TAM, usam turbinas da GE.

Caso diferente, diz Calhoun, é o da Varig, com cujos executivos ele se reuniu na quarta-feira. `Eu estou esperançoso que o governo tomará uma decisão sobre como ajudar nesse processo de reestruturação. Só posso dizer que quanto antes melhor. Deixar o tempo passar nunca ajuda`, disse ele. O executivo afirmou que a operação da Varig é eficiente. `A GE tem sido grande parceira da Varig e, se houver uma reestruturação e um novo investimento na empresa, nós trabalharemos o mais próximo que pudermos do inves

Fonte: Valor Econômico