O governo federal trabalha com a expectativa de divulgar até o dia 15 deste mês a engenharia financeira da nova Transnordestina, uma ferrovia que vai ligar o Litoral ao Sertão do Nordeste. “Os estudos finais devem estar prontos em meados de abril”, afirmou o chefe de gabinete do Ministério da Integração Nacional, Pedro Brito. As obras vão demandar um investimento de R$ 4,5 bilhões.
Segundo Brito, a modelagem financeira do empreendimento não foi concluída. “Existem várias alternativas sendo examinadas”, contou. Embora não esteja fechada, a expectativa é que a maioria dos recursos saiam do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor), que poderá aportar R$ 1,5 bilhão, e do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), o qual fará um aporte de R$ 2 bilhões.
Ainda na nova engenharia financeira, a Taquari Participações – que é a holding da família do empresário Benjamin Steinbruch – e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) farão um investimento de R$ 300 milhões de capital próprio e mais R$ 250 milhões, que seriam bancados por novos acionistas. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entraria com um financiamento de R$ 400 milhões.
A CFN tem como acionistas a Taquari Participações e a CSN. A empresa já encaminhou uma alteração societária que está sendo analisada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para receber o empréstimo do BNDES.
A empresa também também fez algumas alterações no traçado original para que a ferrovia depois de construída transporte os grãos produzidos no Oeste baiano e no Sul do Piauí. Em Pernambuco, também será construído um ramal ligando a ferrovia ao pólo gesseiro, no sertão do Araripe.
HISTÓRICO – A CFN venceu a concorrência para explorar a antiga Malha Nordeste, ferrovia que vai de Propriá, em Sergipe, até São Luis, capital do Maranhão.
A parte que liga Propriá ao Estado de Pernambuco está desativada desde 2000, devido às chuvas que ocorreram naquele ano e que arrastaram uma parte dos trilhos. Até hoje, a CFN não fez qualquer ação para recuperar esse trecho da ferrovia.
A antiga Malha Nordeste foi privatizada em 1998. Desde então, a CFN não cumpriu as metas de redução de acidentes e as de aumento na quantidade de carga transportada.
Seja o primeiro a comentar