Obra do metrô varre esquina da Oscar Freire

Um boteco, um estacionamento, uma editora, um escritório, uma rotisseria… Em pouco mais de um mês, todos esses locais, que ocupavam a altura do nº 1.200 da rua Oscar Freire (zona oeste), desapareceram da paisagem. Seis endereços da rua mais notória e badalada dos Jardins estavam no caminho da linha 4-amarela do metrô de São Paulo e foram desapropriados e demolidos para dar lugar à obra de instalação do túnel subterrâneo de 12,8 km de extensão -que ligará a Vila Sônia (zona oeste) à Luz (centro). Para que toda a linha seja construída, o governo do Estado precisará desapropriar quase 200 imóveis, que consumirão aproximadamente R$ 130 milhões de R$ 3,1 bilhões orçados para todo o empreendimento.

Na rua Oscar Freire -onde um ponto comercial pode custar mais de R$ 250 mil-, quatro dos sobrados que ocupavam as proximidades da esquina com a avenida Rebouças ainda estão de pé: dois deles serão demolidos, dois ficarão onde estão. Entre os que não resistirão está a casa, reformada e decorada em detalhes, da loja Vera Arruda, que se mantém em funcionamento.

`Investimos neste ponto. Mudar daqui vai ser duro`, avalia o viúvo da estilista que dá nome à grife, João Luiz. `O mais surpreendente é que não recebi, até hoje, nenhum comunicado do metrô sobre prazo para desapropriação. Sou a favor do metrô, mas tenho o direito de programar minha mudança`, diz ele, que protocolou ontem requerimento desse prazo na estatal paulista.

Vendedora e gerente da loja não escondem sua antipatia à obra do Estado que as arrancará do endereço atual. `É uma sensação terrível. Se tiver de usar a linha nova, prefiro andar mais a ter de descer na estação Oscar Freire`, desabafa a gerente Mônica Colatrello, 32. No último sobrado que ficará de pé está a editora Iluminuras. `Como as casas eram geminadas e a fundação da estação será muito profunda, tenho receio de que tudo venha abaixo`, diz o editor Samuel Leon. `O metrô será bom para o bairro, mas, com as demolições, apareceram muitos ratos nesse pedaço. E, seguramente, vamos enlouquecer com as obras.`

Do outro lado da rua, a vendedora Shirley Azeredo, 35, tem assistido, pela vitrine, ao passo a passo das demolições. `Não é uma sensação nada agradável. Quando estiver tudo pronto, será ótimo, mas duvido que nossas clientes passem a usar o metrô.`

Pedestres, comerciantes, moradores, cada um relata uma sensação diferente ao ver um espaço familiar se transformar de repente: tristeza, isolamento, esperança. `Para mim, a sensação é de caos. A cidade cresce aos trancos e ao sabor e conveniência das administrações públicas. Essa obra surpreende na pior acepção da palavra`, afirma o juiz Teodomiro Mendes, vizinho da obra.

A doméstica Eliana de Pádua se sentiu aliviada. `Tinha um bar horrível ali. Para mim, essa obra foi um favor.` `Acho triste essa mudança. A Oscar Freire não é uma rua para ter metrô`, diz a comerciante Luciana Liz, 29. `Não é por isso que a elite vai aderir ao metrô. Por aqui, metrô é coisa de pobre.`

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Fonte: Folha de S. Paulo

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