Direto da fonte – Sonia Racy
Há muito mais por trás da briga entre as siderúrgicas brasileiras e a mineradora Vale do Rio Doce do que uma questão de preços. O foco do desentendimento mais acirrado – e que começa a aparecer publicamente – é o setor de logística. O corredor de saída do País ficou estreito demais. Se por um lado, tanto a Vale como as siderúrgicas estão hoje `lavando a alma` com o preço de suas commodities, o escoamento físico da produção está cada dia mais difícil. Afinal, desde a privatização do sistema de ferrovias não se faz investimentos suficientes em logística para dar vazão ao volume produzido pelas empresas brasileiras. E a situação está ficando pior: no médio prazo, `alguém` vai `sobrar` sem conseguir escoar seus produtos.
A Vale briga porque não quer ser ela a `sobrar`. Acredita ter feito a lição de casa ao investir nos últimos quatro anos, R$ 3 bilhões em ferrovias, mesmo sabendo que investir em logística não é negócio lucrativo e sim estratégico. As siderúrgicas, por sua vez, também não querem `sobrar`. Não investiram muito em logística, mas tentam correr atrás do prejuízo com novos projetos de investimento: a Central ferrovia do Nordeste, por exemplo, controlada pela CSN e pela holding Benjamin Steinbruch, está com pedido de financiamento de R$ 4 bilhões no BNDES. A Gerdau estuda novos projetos. E todas querem fazer novos investimentos na MRS, justamente o foco da briga.
E é aí que mora a cisão. Tanto a Vale como a siderúrgicas querem controlar a MRS, que pelo jeito, é um divisor de águas. Por que a MRS é tão importante? Ela é o principal corredor de escoamento da produção das siderúrgicas e da Vale no sul do País. Hoje, as siderúrgicas têm 60% da MRS, controlando a empresa, que é presidida por Júlio Monteiro, oriundo da Gerdau. E a Vale tem os outros 40%, desde que comprou a Ferteco e a Caemi (cada uma tinha 20% da MRS).
Mas se a Vale não tem 51%, porque as siderúrgicas querem colocá-la para fora? É que com seu direito de veto, a Vale pode fazer pressão, uma vez que o acordo de acionistas da MRS dá à Vale, junto com as siderúrgicas, o controle compartilhado da MRS, com direito de veto.
O que decidiram os órgãos de direito econômico? Considerando que nenhum sócio pode ter mais que 20% da MRS, a Secretaria de Direito Econômico e a Procuradoria-Geral do Cade optaram por exigir que a Vale abra mão do seu direito de veto em lugar de exigir a venda de 20% de participação.
A Vale, por sua vez, responsável por 65% do movimento da MRS, recusa-se a fazer isso. Teme ficar nas mãos das siderúrgicas. E tenta outra saída, na Agência Nacional dos Transportes Terrestres: propôs vender 20% da sua participação acionária para uma terceira empresa. Sua estratégia seria arrumar um aliado com 20% da MRS e agregar forças: afinal, são necessários dois vetos de acionistas, em decisões, para fazer valer o direito de veto na MRS. Hoje, Ferteco e Caemi votam em separado, o que mantém a força da Vale.
O caso é difícil já que pode afetar o futuro das exportações da Vale e das siderúrgicas. Do ponto de vista da SDE e da procuradoria do Cade, a questão não é decidir quem tem razão: simplesmente cumprem leis e regras vigentes que não inventaram. A Vale briga por se achar injustiçada e acha que a lei poderia ter outra interpretação mais global de mercado. E as siderúrgicas usam as armas que possuem para não ficar sem transporte. No governo, pelo que se apurou, o ministro José Dirceu acredita que a Vale tem seu ponto de vista. Já o vice-presidente José Alencar, olha com simpatia a siderurgia. Nesta guerra, no entanto, há uma única certeza: alguém vai mesmo ficar a ver navios.
Siderúrgicas e Vale temem apagão logístico
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