BNDES admite carência em infra-estrutura

Estudo apresentado pelo vice-presidente do BNDES, Demian Fiocca, no Fórum Nacional, apresenta a conclusão de que, após o sucesso na área externa, é hora de o Brasil receber investimentos em infra-estrutura. Segundo Fiocca, é preciso ter instituições e mecanismos voltados para o longo prazo, não-sujeitos à política de curto prazo, ou seja, a salvação está nas Parcerias Público-Privadas (PPPs).

Fiocca acena para o mercado com novidades, como marcos regulatórios, reforma tributária, Lei da Falências e Reforma do Judiciário e admite a falta de investimento do setor público. Segundo dados que forneceu, a área pública apresentou aumento de 3,7% nos investimentos no período 1970/79; de 2,7% tanto entre 80/89 como em 90/99; já entre 2000 e 2003, os investimentos públicos cresceram apenas 1,8%, ou seja, foram claramente insuficientes. Entre os setores – já sem distinção entre gastos públicos e privados, citou que entre 1994 e 2002, o setor ferroviário investiu menos 0,5%; o de geração elétrica mais 3,8%; o de rodovias pavimentadas, mais 1,5% e o de telefonia foi a exceção, com acréscimo de 22,9%. Isso desmente, portanto, os anúncios de grandes investimentos em ferrovias privatizadas, constantemente veiculados.

Revelou Fiocca que, no Brasil, o crédito livre corresponde a 57% do mercado, cabendo ao BNDES 19% e 7% a créditos direcionados – como habitação e rural – restando 7% de créditos de outras origens.

Segundo Demain Fiocca, a matriz brasileira de transportes é das mais concentradas do mundo na área rodoviária, com 62%, contra 55% do México, 50% da China, 53% da Austrália, 43% do Canadá e 32% dos Estados Unidos. A participação do modal ferroviário no Brasil é de 24%, contra 11% do México, 37% da China, 43% dos Estados Unidos e da Austrália e 81% da Rússia. O transporte hidroviário é responsável por apenas 14% da movimentação no Brasil, contra 34% no México, 25% nos Estados Unidos, 13% na China e 11% no Canadá e na Rússia.

Fonte: Netmarinha