A CFN quer se tornar líder em logística em toda a região Nordeste até 2010, colocando em operação, a partir de 2008, a ferrovia Nova Transnordestina. Até o final de 2010, a Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) — concessionária criada para administrar a Malha Nordeste da Rede Ferroviária Federal (RFFSA) — transportará um total de 12 milhões de toneladas de minério de ferro do Rio Grande do Norte até o Porto de Suape, em Pernambuco, numa média anual de 2,4 milhões de toneladas. O acordo para o transporte da carga — a maior desde o início da operação dos serviços públicos de transporte ferroviário de cargas da empresa, em 1º de janeiro de 1998 — foi firmado com a MHAG Mineração e Serviços, detentora dos direitos minerários na região.
O valor da carga não foi revelado. “Trata-se de um só produto e um só cliente. O custo de transporte para o nosso cliente é estratégico”, justifica a Assessoria de Imprensa da CFN. O minério, a partir de Suape, é exportado para a Ásia.
O diretor Comercial da Companhia Ferroviária do Nordeste, Ângelo Baptista, informa que “a visão estratégica da empresa é se tornar líder em logística em toda região Nordeste até 2010, colocando em operação, a partir de 2008, a ferrovia Nova Transnordestina”. A nova ferrovia fará a ligação entre a região do Cerrado do Nordeste aos portos de Suape, em Pernambuco, e Pecém, no Ceará, com bitola larga. As principais cargas transportadas serão grãos, fertilizantes e minérios.
A Companhia movimenta, hoje, produtos siderúrgicos, alimentícios, soja, cimento, minérios, produtos industrializados, contêineres e 400 outros tipos de mercadorias. Baptista garante que a determinação da empresa é duplicar a produção atual, até o final do próximo ano. Os principais produtos transportados serão: combustíveis, produtos siderúrgicos e contêineres. No ano passado, cerca de 45% das cargas transportadas pela empresa se originaram no Ceará, com 573 mil toneladas.
O diretor Comercial confirma que, a partir do próximo ano, os embarques de minério serão intensificados e a média mensal será de 100 mil toneladas/mês. Seis meses depois, a média será ampliada para 200 mil toneladas, podendo chegar a até 400 mil toneladas por mês, no final de 2006. O investimento para se atingir 200 mil toneladas de minério de ferro por mês será de R$ 60 milhões, via permanente, e R$ 10 milhões em material rodante (locomotivas e vagões).
Operação – Segundo Baptista, a operacionalização do transporte de cargas será feita através de caminhões especializados no transporte de granéis. Os caminhões serão usados para levar o minério de ferro de Jucurutu, no Rio Grande do Norte, por 180 quilômetros, até um pátio de estocagem próximo à estação ferroviária de Juazeirinho, na Paraíba, próxima a cidade de Campina Grande.
Desta estação, trens com 16 vagões e duas locomotivas vão levar o produto por 353 quilômetros ao porto de Suape, de onde o minério será exportado. “Nos seis primeiros meses, serão apenas 15 mil toneladas por mês. Quando o volume mensal passar a ser de 100 mil toneladas, os trens terão quatro locomotivas e 34 vagões”, garante Baptista.
A CFN transportou, no ano passado, 1,3 milhão de toneladas nos sete Estados nordestinos onde está presente. A produção, medida em TKU (tonelada transportada multiplicada pelos quilômetros percorridos), foi de 847 milhões. A companhia tem 1.650 empregados e opera uma linha de 4.238 quilômetros com 1350 vagões e 93 locomotivas.
Empresa ainda não obteve lucro – O contrato assinado com a MHAG “vai se somar a outras ações de redução de custos e aumento de produtividade que vêm sendo executado desde 2004, que permitirão à empresa obter resultado operacional positivo pela primeira vez na sua história. Será uma grande virada”, aposta o diretor Comercial da empresa, Ângelo Baptista.
A empresa ainda não obteve lucro desde a data da concessão. “A expectativa é e que a empresa passe a gerar lucro a partir de 2006”,
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