Linha 2: uma viagem ao outro lado do metrô

RIO – Todos os dias, a mesma coisa: revolta e reclamações numa viagem de uma hora e 22 quilômetros que faz com que os usuários da Linha 2 do metrô se sintam preteridos em relação a quem utiliza a Linha 1 (da Tijuca até Copacabana). A insatisfação, no entanto, apesar de permanente, não é suficiente para afastá-los e reflete a difícil relação entre os serviços sobre trilhos e a Zona Norte da cidade. Ao contrário das linhas férreas, que há 150 anos levaram o que havia de melhor em tecnologia para a região, os novos trens que ligam a Pavuna ao Estácio só aumentam a sensação de discriminação.

– Todos os dias, o maquinista agradece a preferência, como se tivéssemos outras opções! Todos os dias, o mesmo sofrimento: metrô superlotado, descaso da administração, vontade de chorar. Na Linha 1, isso não acontece. Depois disso tudo, temos que chegar ao trabalho impecáveis, com sorriso de quem está começando o dia perfeito — desabafa Flávia Valentim, que diariamente pega o metrô na estação de Maria da Graça em direção ao Centro.

Embora a Opportrans, concessionária que administra o serviço, garanta que não há diferenças na administração das duas linhas, os usuários são taxativos: houve discriminação já no projeto original da linha construída em direção ao subúrbio.
Concreto para a Zona Norte, mármore para a Zona Sul – O historiador Milton Teixeira endossa as reclamações, lembrando pequenos detalhes que fizeram e, ainda hoje, fazem a diferença.

— Quando a Linha 2 foi inaugurada, em 1981, tinha apenas duas estações em operação, enquanto a Linha 1, com estações recobertas de mármore, estava praticamente pronta. Enquanto a estação de Copacabana foi projetada com 140 tipos de mármore de Carrara, as da Zona Norte, em concreto armado, parecem ter sido construídas com papelão — diz Milton Teixeira.

O historiador afirma que, apesar disso, a função de conduzir com rapidez os trabalhadores da Zona Norte para o Centro determinou o sucesso da empreitada.


Sempre irritados, os usuários não só concordam, como são unânimes em dizer que, sem o metrô, suas rotinas seriam bem mais complicadas. É o que diz a comerciária Priscila Brandão que, mesmo grávida de seis meses, vai todos os dias da Pavuna, onde mora, ao Catete, onde trabalha, em pé, na maioria das vezes.

— O desconforto é grande, pois, além do excesso de passageiros, o ar-condicionado nem sempre funciona. A volta à noite é sempre difícil. Às vezes, eu fico até 30 minutos esperando no Estácio para conseguir embarcar no trem. São problemas que não existem na Linha 1. No entanto, de ônibus, de carro ou de van, eu levaria mais que o dobro do tempo para fazer o mesmo percurso — afirma.

Jobert Flores, diretor de Relações Institucionais da concessionária que administra o metrô, reconhece que há problemas, mas garante que as reclamações são exageradas. Segundo ele, as diferenças entre as duas linhas apontadas pelos usuários não passam de má impressão:

— Estamos sempre atentos a todas essas reclamações, principalmente a da lotação dos carros nos horários de pico. Tentamos fazer o que podemos com as limitações técnicas que nos são impostas. Reconhecemos que ainda há uma grande demanda a ser atendida, mas dependemos de investimentos para diminuir o intervalo entre os trens e aumentar a nossa capacidade de passageiros — diz Flores.


Solução ainda distante

O diretor de Relações Institucionais da Opportrans, Jobert Flores, afirmou que a concessionária faz um esforço permanente para melhorar o relacionamento com os usuários da Linha 2. Esforço que conta uma pesquisa de opinião periódica sobre a qualidade do serviço e projetos sociais em comunidades próximas às estações. Ele afirmou ainda que os técnicos procuram soluções criativas para driblar os problemas causados pelas adequações feitas ao projeto original.

Os investimentos mencionados por ele teriam sido prometidos no ato da concessão pela Rio Trilhos — empresa ligada ao

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Fonte: O Globo

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