SÃO PAULO – As locomotivas a vapor estavam com seus dias contados no país. As velhas máquinas que atuaram no processo de industrialização e que levaram e trouxeram passageiros e produtos agrícolas serão fotografadas, identificadas e terão sua história contextualizada pelo projeto Memória Ferroviária. O resultado será um livro de arte com imagens e história dessas marias-fumaça existentes no país desde o século XIX. Empresas ligadas ao sistema ferroviário brasileiro patrocinam a obra que será publicado pela editora carioca Notícia e Companhia. Paranapiacaba, a charmosa Vila Ferroviária de Santo André, foi visitada na semana passada (dia 4), onde foram fotografadas nove locomotivas – quatro locobreques funcionais, três ao ar livre, na entrada da Vila, a espera de algum restauro, e duas dentro do Museu Funicular.
“Essa idéia surgiu com a constatação de que, depois da privatização da Rede Ferroviária Federal S.A. e da Fepasa em meados da década de 90, as novas empresas não queriam ficar com as máquinas de tração a vapor – que foram substituídas desde o início do século pela tração a diesel. Para preservar esse patrimônio, o primeiro passo era fazer um inventário. Pretendemos que o livro seja esse passo”, afirma Gerson Toller, jornalista, diretor da Revista Ferroviária e consultor do projeto.
A pesquisa inicial apurou que existem locomotivas a vapor do Pará ao Rio Grande do Sul, num total de 470 máquinas, espalhadas em 185 cidades de 20 Estados, número equivalente a 10% da frota que estava presente da metade do século XIX até o início da década de 1950, o período da industrialização do país. Algumas fáceis de achar, em museus ou praças públicas, ou-tras dentro de galpões ou de propriedades particulares. As empresas patrocinadoras do projeto são Usiminas Mecânica, CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Amsted-Maxion, MRS Logística, GE Transportation, Caramuru Alimentos, SKF, MWL Brasil e pessoas físicas. O custo total, pela Lei Rouanet de incentivo à cultura, é de R$ 829 mil.
A equipe de pesquisa já percorreu o Estado de Minas Gerais, onde existem 55 locomotivas, o Rio (40) e o Espírito Santo (15). Atualmente, os pesquisadores percorrem o Estado de São Paulo, que possui a maior parte das máquinas ainda existentes no país (193) em 67 cidades. São eles o fotógrafo Américo Vermelho, também diretor artístico do projeto, e Sérgio Mártire, pesquisador autodidata da história da ferrovia no Brasil. Em terras paulistas, a expedição se dividiu em três fases, a primeira delas ainda está em curso, e deve terminar no próximo dia 19, em Cajamar.
Depois de concluída a pesquisa em São Paulo, a equipe visitará os demais estados onde exista pelo menos uma locomotiva. A previsão de conclusão do trabalho de campo é até o fim do ano e o livro deve ficar pronto em 2006. Metade da tiragem será distribuída para clientes das empresas patrocinadoras. A outra metade, para bibliotecas e livrarias.
“A maior surpresa dessas expedições é constatar que há preservação de alguma coisa, algumas em estado ruim, outras em bom estado. Não é o ideal, não é o que um país rico faria, pois as prefeituras não podem disponibilizar recursos para preservar um bem enquanto a sociedade tem carências”, diz Sérgio Mártire, 68 anos, que desde 1949 fotografa trens e pesquisa o assunto. Mártire é advogado e atuou em Paranapiacaba, de 1986 a 1996, como administrador da Associação Brasileira de Memória Ferroviária.
Entre as locomotivas em bom estado, está uma Alco disposta sobre uma plataforma elevada nos fundos de um depósito da ex-RFFSA em Corinto (MG), e as que fazem passeios dentro do complexo do Sesc, entre Minas e a cidade de Grussaí (RJ). Em Campos dos Goytacazes (RJ), a equipe encontrou locomotivas que pertenceram a usineiros. Há locomotivas históricas. A Mariquinha, uma Baldwin fabricada em 1894 e que “ajudou” na construção de Belo Horizonte, está no Museu Abílio Diniz, na capital mineira, e a Leopoldina, que “viajou” com imperadores, es
Projeto Memória Ferroviária vai virar livro
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