São José dos Campos (SP), 11 de Maio de 2005 – A Wilson, Sons e a MRS Logística desenvolveram um projeto conjunto para viabilizar o escoamento de produtos pelo ramal ferroviário que liga a região do Vale do Paraíba ao Porto de Sepetiba (RJ). O objetivo do projeto, segundo o diretor corporativo de Terminais e Logística da Wilson, Sons, Sérgio Fisher, é que o trecho ferroviário até Sepetiba seja utilizado como alternativa ao trem expresso Santos-Vale do Paraíba, que hoje atende as empresas Basf, Monsanto e MWL.
A Monsanto, segundo Fisher, provavelmente será a empresa âncora do novo trem expresso Vale do Paraíba-Sepetiba. `A utilização desse trecho já foi planejada pela empresa. Falta ainda definir algumas questões como preço, mas a idéia é que essa operação seja viabilizada o mais rápido possível`, disse o gerente de Logística da Monsanto, Victor Marques.
O Porto de Sepetiba, no Rio de Janeiro, segundo Marques, seria uma alternativa logística mais competitiva para a empresa, que já utiliza o trem expresso Santos-Vale do Paraíba, mas com algumas limitações. `Tínhamos uma expectativa de economizar US$ 12 milhões/ano quando iniciamos a operação de transferência de matéria-prima da nossa unidade de Camaçari até São José dos Campos, usando o ramal ferroviário da MRS de Santos até Caçapava`.
As despesas de logística da empresa, no entanto, segundo Marques, tiveram uma redução de US$ 2 milhões. `Ainda é uma economia importante, mas temos a expectativa de ser mais competitivos em Sepetiba`. Em Santos a Monsanto enfrenta um problema de acesso ao terminal portuário, que gerou a necessidade de um transbordo adicional, não previsto anteriormente`, explica o gerente de Negócios da MRS, Fernando Poça.
O projeto do trem expresso para Sepetiba, segundo Poça, já está praticamente pronto e só aguarda uma definição do armador da Monsanto, sobre a possibilidade de fazer uma escala pelo porto. Embora a distância até o porto de Sepetiba (230 km) seja maior que o trecho que liga hoje São José dos Campos ao Porto de Santos (150 km), a intenção da MRS e da Wilson, Sons é que os custos de transporte e portuários sejam equivalentes nos dois ramais.
O custo da logística
Com a Monsanto, segundo Poça, a MRS deverá fazer uma média de dois embarques por semanas utilizando cerca de 20 vagões. Para chegar até a fábrica da Monsanto em São José dos Campos a matéria-prima usada na produção do herbicida Roundup, percorre hoje, durante quatro dias, um trecho que inclui o embarque no Terminal de Contêneres de Salvador, Porto de Porto de Santos e Terminal de Caçapava. A partir daí são mais 35 quilômetros de caminhão até o destino final.
O transporte da matéria-prima de Camaçari até o Porto de Santos é feito por navio da Docenave, empresa da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). A utilização da cabotagem e do transporte ferroviário para o transporte das matérias-primas, segundo o gerente Victor Marques, reduziu em 20% os custos da Monsanto com transporte.
As despesas de logística da empresa com a utilização do transporte multimodal, que une cabotagem ferrovia e rodovia, somam hoje cerca de US$ 18 milhões por ano, segundo o gerente. A Monsanto pretende ampliar ainda mais o uso do trem no transporte de produtos acabados para aumentar a sua competitividade logística.
`Nosso próximo projeto é conseguir levar produtos acabados de trem para a região dos Cerrados, principalmente nos estados do Mato Grosso e Goiás, para onde a empresa destina 40% daquilo que produz`, disse. Atualmente apenas 20% das matérias-primas e produtos acabados da empresa são transportados por via ferroviária. A Wilson, Sons é responsável pela gestão de todo o processo de transporte, estoque, distribuição e abastecimento de matéria-prima e produto acabado da Monsanto no Brasil. A empresa também faz a gestão da logística de transporte da celulose produzida pela fábrica da Votor
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