Um caso de assassinato empresarial

por Eliezer Batista e Raphael de Almeida Magalhães


É consensual que o calcanhar-de-aquiles do Brasil é a vulnerabilidade de nossas contas externas. Como é, também, consensual que exportar é o único caminho seguro para fechar esta brecha externa que compromete, inclusive, o grau de autonomia decisória do país.

Alcançamos, no ano passado, a marca histórica de US$ 100 bilhões na exportação. Neste ano, caminhamos para um novo recorde de US$ 115 bilhões. Este desempenho, não obstante a valorização do real, permitiu ao país, nos últimos tempos, alcançar um superávit crescente no conjunto de nossas contas externas, com reflexo favorável sobre a evolução do risco Brasil, a cotação dos títulos da dívida brasileira negociados no exterior e a redução do custo de captação dos financiamentos externos promovidos por empresas privadas brasileiras.

A maior exportadora brasileira é a Companhia Vale do Rio Doce, responsável, no último ano, por 13,7 do superávit comercial brasileiro, ou US$ 4,6 bilhões. E exporta, no essencial, uma matéria-prima de baixo valor unitário em competição com fornecedores cujas minas estão localizadas muito mais próximas dos mercados europeus e asiáticos.

As duas ferrovias — a Vitória-Minas e a Estrada de Ferro de Carajás — e seus dois principais portos — Tubarão e Porto de Madeira — ativos que integram o patrimônio da Vale são essenciais para o desempenho exportador da companhia. E são, reconhecidamente, as duas ferrovias e os dois portos de melhor desempenho operacional do mundo. Sem que as duas ferrovias e os dois portos sejam por ela administrados, a Vale perde poder de competição no mercado internacional com grave reflexo sobre o balanço de pagamento brasileiro, num produto em que, graças à Vale, O Brasil domina o mercado mundial.

A Vale supera seus concorrentes exatamente por haver integrado, em um sistema unificado, todas as fases de seu processo produtivo, desde a extração do minério até sua entrega final no pátio da siderúrgica, sua cliente no exterior.

Este o seu segredo e a razão de seu extraordinário sucesso no mercado internacional, no qual a Vale coloca praticamente a totalidade de sua produção. Mina, ferrovia, porto e navio, são, assim, peças de uma mesma engrenagem empresarial que garante à Vale bater seus concorrentes internacionais com as quais disputa o mercado mundial.

Este desempenho extraordinário não se deve, mesmo ao tempo da Vale sob controle estatal, a incentivos governamentais nem à paridade cambial. Este desempenho, vital para o país, e que se confunde com a história intrínseca da companhia, tem o seu fundamento estratégico na maneira pela qual a empresa se estruturou ao longo de sua trajetória como empresa pública e, agora, sob gestão privada brasileira — uma empresa integrada de mineração e logística.

Em linha com esta visão estratégica da integração mina-pátio do cliente, para ampliar a sua escala de produção e muscular o seu poder de mercado na arena internacional, a empresa adquiriu a Samitri, a Samarco, a MBR e a Ferteco.

Estas aquisições de empresa antes sob controle de sociedades estrangeiras foi fundamental para fortalecer a Vale em seu embate com a BHP e com a Rio Tinto, com as quais, disputa, ferozmente, o mercado mundial de minério de ferro. Sem estas aquisições, a Vale seguiria sendo um player secundário, submetida à vontade hegemônica de seus concorrentes, que seriam os grandes vencedores se pudesse vir a prevalecer a espúria tese de seu esquartejamento.

Controlar a mina não basta. A ferrovia, em si, é insuficiente. O porto, per se , não basta. A característica da Vale, sua marca de fábrica, é a integração desses serviços que se completam e forjam uma companhia de mineração e logística voltada para o mercado externo no qual é o único player brasileiro com capacidade de fixar o preço de seu produto.

Destruir este sistema, desfigurá-lo na sua integridade, é cometer um assassinato empresari

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Fonte: O Globo

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