Bilhete único e metrô por até R$ 3,60

O bilhete único integrando ônibus, metrô e trem, que usará a tecnologia e o modelo da Prefeitura, deve custar no máximo R$ 3,60. O valor final não foi definido, segundo o diretor de Planejamento e Expansão dos Transportes Metropolitanos, Renato Viegas. `A intenção é ter o sistema funcionando até dezembro. A estimativa é que o bilhete beneficie 2 milhões de pessoas.`
O valor é o mesmo do bilhete atual de integração ônibus/metrô ou ônibus/trem da CPTM. No metrô, só 4% dos 2,4 milhões de passageiros diários usam esse tipo de passagem. Eles já foram 30%. Hoje, nem é vendido nos ônibus. Na CPTM, que transporta 1,3 milhão de pessoas ao dia, a parcela é ínfima.

Na integração, o metrô recebe o valor cheio (R$ 2,10) e a Prefeitura dá 25% de desconto (recebe R$ 1,60). Se mantidos R$ 3,60, a Companhia do Metropolitano não estará oferecendo benefício extra ou subsídio. Segundo o diretor, o Metrô é uma empresa que deve se manter sozinha. `O Estado não pode oferecer subsídio ou feriria a Lei de Responsabilidade Fiscal.`

Viegas disse que metade dos passageiros do metrô chega ao sistema pela integração com ônibus. `Essas pessoas pagam hoje R$ 2,10 de metrô e R$ 2,00 de ônibus (bilhete único). Ainda está em estudo o valor, mas, se for R$ 3,60, o ganho seria de R$ 0,50 por viagem.` Cerca de 30% da receita vem de vale-transporte e 10% do passe escolar.

A proposta é que a passagem de ônibus continue valendo duas horas, com direito a mais de uma viagem. Mas o metrô só poderá ser usado uma vez. `Se fosse diferente, haveria um aumento da demanda que não podemos absorver.`

Metrô e CPTM terão o mesmo validador do bilhete da Prefeitura, acoplado nas catracas atuais. O valor estimado para isso é de R$ 15 milhões. Não foi definido quem arcará com esse custo. Está em estudo ainda como será a divisão do custo com manutenção, processamento e distribuição dos créditos.

Carlos Zarattini, secretário dos Transportes na gestão Marta Suplicy (PT), disse que o bilhete de integração oferecido hoje a R$ 3,60 é pouco usado por ser caro. Sua proposta, disse, era o passageiro usar ônibus e metrô, por duas horas, pagando só R$ 2,00. `Isso não sobrecarregaria o metrô. Na Linha Leste-Oeste, a mais carregada, o Passa Rápido na Radial Leste e na Avenida Celso Garcia dividiria a demanda.` Também secretário na gestão Marta, Jilmar Tatto disse que o projeto atual não trará benefício ao passageiro.

O secretário municipal dos Transportes, Frederico Bussinger, não atendeu, até as 20 horas, ao pedido de entrevista. Ele estaria em reunião com José Serra. Segundo a secretaria, a tarifa não foi definida.

Fonte: O Estado de S. Paulo