Ferrovias podem impulsionar negócios no país

A falta de investimento público ainda é um dos principais gargalos para o pleno desenvolvimento do setor ferroviário brasileiro, de acordo com o diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça. Para ele, desde 1996, quando ocorreu o processo de privatização, o Governo Federal destinou recursos de apenas R$ 0,5 bilhões em melhorias no modal.

`Isso é um valor insignificante diante da força das ferrovias na economia nacional. Apenas em 2004, o setor rompeu a barreira dos 200 bilhões de TKUs movimentados. Em 1997, esse montante era de 138 bilhões. No ano passado, batemos recorde no potencial de crescimento`, comentou.

Vilaça disse que, recentemente, a ANTF entregou um plano de estudos ao governo nacional, onde estão destacados 824 focos de problemas. `A questão principal envolve o social. Temos mais de 200 mil famílias que moram em locais de passagem de nível, sendo que 11 mil se encontram em situações precárias`, disse.

Segundo o executivo, esse problema impacta na questão da produtividade. `O setor ferroviário não é composto apenas pelas ferrovias, mas também clientes que querem produção. `A situação da invasão da faixa de domínio, por exemplo, esbarra na questão da regulamentação do setor. Queremos solucionar os problemas junto com o governo e o diálogo é fundamental`, completou.

O diretor-executivo da ANTF defendeu ainda que a importação de material rodante deve contar com uma redução das tarifas. `Redução de custo fará com que a produção chegue mais valorizada`, afirmou.

E continuou: `é necessário, não só por parte da iniciativa privada, mas precisamos de uma malha ferroviária integrada para os investidores, principalmente, externos, terem mais segurança e garantia de retorno`.

Além disso, é necessária a implementação da terceira etapa do Plano de Revitalização das Ferrovias, ou seja, o Programa de Expansão da Malha Ferroviária, onde contempla os projetos da Ferronorte S.A. – Ferrovias Norte Brasil, Ferrovia Norte-Sul e Transnordestina.

`Dessa forma, o sistema ferroviário possibilitará o escoamento eficiente dos produtos minerais, industriais e agropecuários, aumentando a competitividade no mercado internacional. Ao todo, seriam investidos R$ 7,1 bilhões no setor no período de 2005 a 2008`, avaliou. O executivo afirmou que só neste ano, o modal ferroviário contará com R$ 2,1 bilhões em investimentos privados, enquanto o governo destinará apenas R$ 1,9 bilhão.

`O setor privado faz o que cabe a ele. As privatizações ocorreram, mas só reivindicamos mais investimentos que já tinham que terem sido feitos há anos atrás, em outros governos. Temos questões sociais envolvidas no desenvolvimento do modal. Queremos como cidadãos que a Cide seja utilizada para a função que foi criada. Só em 2004, o governo arrecadou R$ 12 bilhões, sendo que as ferrovias responderam por R$ 468 milhões. Com isso, mais de 979 milhões de litros de diesel foram consumidos pelo modal`, declarou.

O diretor-executivo da ANTF também abordou os problemas na regulamentação do setor. Segundo ele, são indispensáveis ajustes no contrato de concessão e de arrendamento, reorganização societária das concessões, com a delimitação das participações acionárias, e aperfeiçoamento das questões regulatórias geradas pelo modelo de concessão. Os entraves levam a necessidade de ajustes aos contratos, para que os problemas sejam solucionados.

Carga pesada – Ronaldo José Costa, presidente da International Heavy Haul Association (IHHA), entidade que congrega oito países, entre eles, Brasil, Estados Unidos, Canadá, Índia, África do Sul, China, Austrália e Rússia, comentou a associação objetiva desenvolver a ferrovia de transporte de carga pesada.

`Os investimentos aplicados em ferrovias são muito altos. O Brasil deveria seguir o modelo adotado na Índia, China e Rússia, localidades onde o governo constrói a malha férrea e a iniciativa privada opera. O m

Fonte: Netmarinha