Rio e Sepetiba têm espaço para crescer

Nos dois terminais a operação não tem os atropelos como os registrados em Santos. Com uma realidade diferente de boa parte dos portos nacionais, o Porto do Rio utiliza atualmente apenas 70% de seu potencial, de acordo com levantamento da Companhia Docas. Esta será a última parada do navio CMA-CGM Carioca em águas brasileiras e a expectativa da tripulação é de que a operação ocorra de forma tranqüila.

O Porto do Rio tem área de 5.957 metros quadrados de cais contínuo, com 22 armazéns internos, 9 armazéns externos e 8 terminais. De fato a operação de carga e descarga foi feita sem tropeços. Apesar de também só ter um acesso para caminhões, no Porto do Rio a fila de carretas não é tão extensa quanto à verificada em Santos, até porque o volume de veículos é menor.

Em relação ao acesso ferroviário, o porto recebe uma das ramificações da MRS Logística. A ligação seria perfeita se não fosse o fato de boa extensão da malha estar rodeada por uma favela, na altura do bairro de Benfica, o que obriga a diminuição de velocidade e torna a operação perigosa. Há anos tenta-se acordo para a retirada dos moradores do local.

Para modernizar a estrutura do porto, um dos mais antigos do País, desde 2004, está sendo tocada a Agenda Portos. Em outubro passado, a Companhia Docas abriu processo de licitações públicas, para contratar empresas que já estão fazendo obras emergenciais nos portos do Rio.

De acordo com a assessoria de imprensa da Companhia Docas, para o Porto do Rio estão previstos uma nova subestação elétrica, recuperação da pavimentação das vias internas, novo sistema de sinalização, implantação de balanças eletrônicas, recuperação da linha férrea, dragagem, implantação do Sistema Integrado de Segurança e restabelecimento da iluminação.

Só para a dragagem do Porto do Rio serão utilizados R$ 9,6 milhões. Já o Sistema Integrado de Segurança sairá por R$ 9,3 milhões e para novas balanças, R$ 1 milhão.

Para aumentar a área de operação do porto, está em andamento o Programa de Arrendamento de Novas Áreas da Docas, já aprovado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), prevê a viabilização de 13 novos projetos no local, com investimentos privados de US$ 582 milhões e a abertura de 4.670 empregos diretos e 18.680 indiretos. O números de novos terminais ainda não está definido, já que cada projeto poderá contemplar mais de um terminal.

O presidente da Associação Brasileira de Terminais de Contêineres de Uso Público (Abratec), Sérgio Salomão, lembra que o aumento da movimentação de contêineres em todo o Brasil tornou-se possível somente com os investimentos dos operadores privados dos terminais, que somaram US$ 500 milhões entre 1995 e 2004.

Salomão lembra que, para melhorar a operação no Porto do Rio, a entidade reivindica já há tempos, da Prefeitura do Rio, a construção de uma `alça rodoviária` para facilitar o acesso ao porto dos veículos que chegam do interior do País pela Avenida Brasil. No caso das autoridades portuárias, o executivo identifica problemas como a utilização política das companhias docas pelo governo federal. A solução, segundo ele, passa pela elaboração de uma nova legislação que regule as operações das companhias e garanta condições para uma administração eminentemente técnica.

Mais moderno e com espaço para crescer, o Porto de Sepetiba ocupa área de 7,4 milhões de metros quadrados e é, segundo o Ministério dos Transportes, o porto que mais cresce na América Latina. No ano passado, frente a 2003, a expansão foi de 27% na carga movimentada, que foi de 25 milhões de toneladas. Para este ano, espera-se a movimentação de 32 milhões de toneladas.

Apesar do forte crescimento, hoje, as atividades portuárias não chegam a ocupar 35% do potencial do complexo portuário. Mas este cenário deve mudar, já que previsão é de que, nos próximos 36 meses, haja investimentos privados no valor de US$ 626 milhões na área, de acordo com o Programa de Arren

Fonte: Gazeta Mercantil