Vale perde o controle da MRS Logística

O diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), José Alexandre Resende, disse ontem que a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) enviou ao órgão, em meados de maio, minuta reconhecendo a `esterilização` de seu direito de veto e do voto na MRS Logística, ferrovia sediada em Juiz de Fora, na Zona da Mata. Na prática, isso significa o equilíbrio do poder decisório entre os acionistas. Isto é, a Vale, que tem duplo poder de voto e veto, não poderá se valer dessa prerrogativa. O poder de veto ficou restrito à política de investimento e tarifária da MRS.

A minuta também foi enviada pelos demais acionistas do bloco de controle da ferrovia. A ANTT havia ordenado em janeiro aos acionistas da MRS que todas as decisões fossem fruto de consenso entre os sócios. Com o envio das minutas, os acionistas cumprem a exigência da agência. De acordo com Resende, a `esterilização` está praticamente aprovada pela diretoria da ANTT, mas ainda falta passar pelo colegiado, o que deve acontecer nos próximos dias.

A mineradora é a maior acionista da MRS, com 35,94% do capital votante, contrariando o edital de consessão da empresa ferroviária – arrendada em dezembro de 1996 -, que limita a participação de cada acionista a 20%. O percentual excedente da Vale no controle da ferrovia se deu após a assunção da Ferteco e da Caemi Mineração e Metalurgia, que por sua vez é controladora da Minerações Brasileiras Reunidas (MBR).

Em janeiro deste ano a ANTT determinou que a empresa se desfaça de, no mínimo, 15,94% de suas ações na ferrovia a fim de evitar o monopólio logístico em Minas Gerais. Além da CVRD, compõem o grupo controlador da MRS a Companhia Siderúrgica Nacional (18,72%), Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (18,22%), Ultrafértil (6,42%), Grupo Gerdau (2,25%) e outros (18,45%). Usiminas, CSN e Gerdau estão dispostas a comprar a participação excedente da Vale na ferrovia.

Fonte: Diário do Comércio – MG