ÍNDIO DA COSTA
RIO – Tramway – Com um Estado que não faz e uma Feema que não deixa fazer – porque não se pronuncia sobre o licenciamento da linha de metrô que ligaria o Jardim Oceânico ao Jardim Botânico – a população da Barra precisa debater e decidir sobre as alternativas para o trânsito. Se a Barra já é, como queria Lúcio Costa, o novo centro de negócios do Rio, precisamos conhecer em profundidade a questão e decidir.
Em Paris, Londres, Boston e mais de 40 cidades no mundo, as comunidades estão buscando formas mais modernas de circulação e de transportes. Se você duvida, acesse o site www.paris.fr/fr/deplacements/ tramway/default.asp. Lá está um vídeo do tramway (que aqui chamamos de VLT, bonde moderno, pré-metrô etc.). Se você gosta mais de Londres e prefere pneus, pode visitar o site www.tbus.org.uk/engineering.htm e ver o trolleycoach (lá também eles usam nomes diferentes para tecnologias semelhantes).
Os serviços de transporte sobre trilhos são muitos e variados, sendo os principais o trem, o metrô e os tramways (ou VLT). A tecnologia desses meios de transportes (veículos e leitos) é praticamente a mesma, ferroviária, variando basicamente em função do peso dos veículos. Em cidades com grande densidade, como Paris, Londres e Boston, existem excelentes serviços de metrô e de trens de curtas distâncias, sistemas semelhantes no fato de serem mais pesados e mais caros. Os tramways, também existentes nestas e em outras, têm basicamente a mesma tecnologia, mudando basicamente o design do veículo – o que os torna mais leves e com menores custos operacionais.
Um dos problemas dos veículos pesados é que eles precisam ter sistema de segurança e frenagem correspondente ao peso que deslocam. Além disso, porque custam a acelerar e a frear, precisam de um espaço muito grande entre as estações para que possam chegar a desenvolver a velocidade operacional. E as estações também precisam ser muito longas, para que possam abrigar todos os vagões. As estações são caras, estão distantes uma das outras e precisam receber muita gente para justificar o investimento. Por isso, eles são ditos transportes de massa, já que com menos de 100 a 200 pessoas por parada a proposta acabaria inviável.
Já o tramway resolve o problema de transporte com paradas mais curtas, com rápidas aceleração e frenagem, o que aumenta a velocidade operacional; e com menor distância (headway) entre as composições, além de terem um custo menor para as estações, que são menores.
Assim, no geral, eles acabam tendo uma capacidade de transporte muito grande, ainda que esta seja menor quando se consideram os veículos parados. Para o meio urbano, os tramways funcionam como os ônibus. E quando têm leito exclusivo e sinais preferenciais, são ainda melhores.
Na minha opinião, os tramways são muito mais eficientes (vale dizer, custam menos pelo mesmo resultado) que qualquer outro veículo. Há hoje, no mundo, mais de 40 tipos de tramways diferentes, só contando as diferenças funcionais. E, hoje, os moradores da Barra pagam um alto custo pelo uso do automóvel. Linhas de tramway na Av. da Américas e/ou na Alvorada podem perfeitamente fazer integrações com outros meios de transportes.
A Barra é o novo centro de negócios do Rio e merece a oportunidade de se igualar aos grandes centros do mundo, como Paris, Londres e cidades da Europa e dos Estados Unidos que adotaram esta forma de transporte leve sobre trilhos.
Índio da Costa é vereador pelo PFL.
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