Acordo encerra greve na Trensurb

Os metroviários decidiram ontem retomar as atividades após cinco dias de greve. A decisão foi anunciada às 14h, ao término de assembléia realizada no refeitório da Trensurb. O metrô voltou a operar normalmente a partir das 16h30min. O fim da paralisação resultou de acordo formalizado após pelo menos três reuniões ocorridas a partir das 10h entre os dirigentes da estatal e do Sindicato dos Metroviários do RS (Sindimetrô). A categoria assegurou reajuste salarial de 8,07% e R$ 406,12 de auxílio-alimentação, entre outras vantagens.

Também ficaram definidas as jornadas de trabalho que serão praticadas na empresa. Caberá à direção da Trensurb fazer a distribuição dos trabalhadores nas escalas. Em uma delas, há previsão do cumprimento de 36 horas semanais, válidas para as modalidades de revezamento ou programada. Haverá outra possibilidade, de 40 horas semanais, contemplando duas folgas, essa envolvendo a área administrativa.

O maior impasse ficou por conta do desconto dos dias parados durante a greve. `Seremos descontados em cinco parcelas`, frisou o vice-presidente do Sindimetrô-RS, Vitor Bolzan. O presidente da Trensurb, Marco Arildo Cunha, ficou satisfeito com o desfecho. `Tínhamos o dever de sustar as causas que vinham gerando passivos trabalhistas`, ressaltou Cunha, acrescentando que as escalas estavam entre as principais motivadoras das ações que tramitam na Justiça do Trabalho e somam R$ 186 milhões.

Cunha afirmou aos dirigentes do Sindimetrô que pretende continuar dialogando com os trabalhadores a fim de ajustar sua alocação nas escalas. `A proposta é a melhor apresentada desde 1995`, enfatizou. Revelou que a estatal recebeu R$ 22 milhões do Ministério das Cidades para quitar ações relativas aos intervalos de repouso e alimentação. Desse total, R$ 4 milhões serão destinados aos 125 pilotos e supervisores dos trens urbanos. O prejuízo com a greve totalizou R$ 372,4 mil à Trensurb, que deixou de transportar cerca de 380 mil usuários desde sexta-feira.

Durante a manhã, o metrô operou parcialmente das 5h30min às 8h30min. A greve não prejudicou apenas os usuários dos trens urbanos, mas os ambulantes que possuem bancas nas proximidades das 17 estações de embarque e desembarque entre Porto Alegre e São Leopoldo. `Somente na sexta-feira, deixei de ganhar R$ 30,00`, contabilizou o vendedor de pastéis Ezequiel. Os últimos dois trens que circularam durante a manhã deixaram as estações São Leopoldo e Mercado simultaneamente às 8h35min, com desembarque nos destinos finais às 9h15min.

Fonte: Correio do Povo – RS