A Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) aguarda para o próximo mês de agosto o anúncio oficial do projeto da Transnordestina, uma ferrovia que vai ligar o interior do Piauí, na cidade de Eliseu Martins, até os Portos de Pecém, no Ceará, e o de Suape. Ontem, no Rio de Janeiro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) confirmou que vai financiar o projeto, também prevendo o anúncio para o mesmo mês. A empresa, no entanto, aguardava o anúncio oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda este mês de julho. O governo federal, de fato, chegou a organizar um evento com a presença do presidente em Eliseu Martins, no Piauí, neste mês, gerando a expectativa, mas o evento acabou sendo cancelado. O empreendimento custará R$ 4,5 bilhões.
O adiamento ocorreu porque o governo federal preferiu concentrar as suas ações na área política devido à crise causada pelas denúncias de corrupção envolvendo pessoas e políticos ligados à alta direção do Partido dos Trabalhadores.
Mesmo com o adiamento do anúncio oficial do empreendimento, existem projetos sendo feitos, paralelamente. A Secretaria estadual de Desenvolvimento Urbano divulga, na próxima segunda-feira, as empresas habilitadas na licitação para escolher as companhias que farão os projetos executivos da Transnordestina nos trechos Salgueiro-Parnamirim, Parnamirim-Petrolina e Parnamirim-Araripina. A concorrência é disputada por quatro empresas, que entregaram a documentação no dia 22 de junho.
A demora na habilitação das empresas ocorre porque a documentação apresentada é muito extensa e precisou ser analisada minuciosamente, segundo a secretaria estadual de Desenvolvimento Urbano, Terezinha Nunes. As empresas que estão concorrendo são: Maia Melo, Astep, ATP e Ecoplan. As três primeiras são pernambucanas e a última é gaúcha.
“Depois que as empresas forem habilitadas, elas terão cinco dias úteis para apresentar as propostas de preço”, comentou Terezinha. Os projetos executivos são necessários para a realização da obra. A contratação desses projetos ficará em torno de R$ 6 milhões. Os recursos foram repassados pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) via um convênio com o governo do Estado.
Dos trechos que serão contratados os projetos executivos, o único que não faz parte do projeto que será anunciado pelo governo federal é o de Parnamirim-Petrolina. “Resolvemos incluir esse trecho, porque a nossa intenção é depois incluir a realização das obras nesse trecho”, comentou Terezinha. Isso beneficiaria os produtores do Vale do São Francisco.
Fonte: Jornal do Commercio – PE
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