Ferrovia Norte-Sul

Gregório Rabêlo*

A Ferrovia Norte-Sul é um projeto ferroviário estratégico que centraliza a construção de uma linha férrea de aproximadamente 2.100km, que atravessa as regiões Centro-Oeste e Norte do país, conectando-se ao Norte com a Estrada de Ferro Carajás e ao Sul com a Ferrovia Centro-Atllântica, permitindo a integração de todo o sistema ferroviário pela região central do Brasil. Tudo isso traz efeitos significativos para o Distrito Federal.

Quando se pensou em conectar linhas férreas de diferentes concessionárias, até chegar ao traçado que hoje figura no projeto, tinha-se como objetivo o desenvolvimento das regiões mais interiores do país, oportunistas e opositores surgiram instantaneamente, e, por meio de críticas mesquinhas e míopes, e por não possuírem a visão de estadista do Presidente que, vislumbrava o futuro, tentaram desmobilizar e impedir o projeto. Um humorista sem graça, chegou a dizer que esta obra estratégica e fundamental para o Brasil, ligava `nada a coisa nenhuma`, mas a história tem reservado lugar especial para aqueles que enxergam o futuro.

E esta foi a percepção do presidente José Sarney – reduzir custos dos fretes e desenvolver as regiões mais interiores do Brasil, desenvolvimento esse evidente após a construção da ferrovia de integração nacional, na sua verdadeira acepção, pois, inevitavelmente, em médio e longo prazos, esse corredor de riquezas elevará as regiões atendidas a condição de desenvolvidas e grande geradoras de divisas para o Brasil.

O cerrado brasileiro tem 1,8 milhão de km2 o que viabiliza a implantação de negócios, induz à geração de empregos e inúmeros benefícios sociais. O traçado da Ferrovia Norte – Sul não corta reservas indígenas, parques ecológicos ou áreas de preservação ambiental. O desempenho do agronegócio nacional, em especial na região Centro-Oeste, revela-se extraordinário, trabalho que aparece e surpreende com o resultado atingido. Mas como escoar super safras e tudo o mais que contempla esse negócio? Como transportar grãos, minérios e demais matérias primas ou manufaturadas do interior do país a um grande porto e a preço competitivo?

Hoje a Ferrovia Norte – Sul começa a `realinhar seus trilhos` e novos fatores estão surgindo para a sua concretização. Com 226km de trilhos construídos, a Ferrovia Norte-Sul já está interligada com a Estrada de Ferro Carajás que desemboca no porto de Itaqui, no estado do Maranhão, e será o principal meio de escoamento de toda a produção agrícola e mineral da região Centro-Oeste, em Açailândia, a ferrovia se conecta com a Estrada de Ferro Carajás, permitindo dessa forma, o acesso ao porto de maior calado do mundo, o de Itaqui, em São Luís, Maranhão.

A Ferrovia Norte-Sul, de acordo com estudos de mercado, absorverá aproximadamente, 30% do volume de cargas transportadas pelas principais rodovias do País e terá como carga principal minerais e produtos agrícolas, combustíveis e fertilizantes. Concluída, a Norte-Sul estará conectada à Ferrovia Centro-Atlântica – maior concessão ferroviária do país e será a responsável pelas ligações aos maiores portos do Brasil: Santos, Vitória, Sepetiba e Rio de Janeiro, na região Sudeste, e São Luis na região Nordeste.

A articulação com a Região Sudeste, que corresponde quase a cinqüenta por cento da população brasileira e cerca de 56% do PIB nacional, onde se encontram os principais pólos de desenvolvimento do País. Centros industriais como são os casos de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, propiciarão intenso intercâmbio com matérias primas industriais, insumos e equipamentos e bens industriais para suprir a Região Centro Oeste e o escoamento de sua produção agro-industrial.

A área de influência desse corredor, que em 1986 produzia menos de quatro milhões de toneladas de grãos, é responsável hoje por mais de quarenta e cinco milhões de toneladas onde se destaca a região norte de Mato Grosso com mais de vinte milhões de toneladas. Segundo estudos e

Fonte: Jornal do Brasil