Agnelli: mexer na Vale é mexer no Brasil

O presidente da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), Roger Agnelli, disse ontem, referindo-se ao julgamento pelo Conselho Administrativo da Defesa Econômica (Cade) dos atos de concentração da empresa nas áreas de mineração e logística, que `qualquer movimento nessa política de integração da empresa também poderia estar afetando o Brasil`. Isso ocorreria `uma vez que a Vale é a maior exportadora e a empresa que mais contribui para o superávit comercial do País`.

Agnelli declarou estar tranqüilo em relação ao julgamento, marcado para a próxima quarta-feira, dia 10. Ele ressaltou que o principal mercado para a Vale é o mundial e acredita que o Cade levará isso em conta. O executivo lembrou que a Vale é uma mineradora com liderança mundial e afirmou que a empresa `é muito importante para a sociedade brasileira`.

Ele afirmou também que a proposta feita pela empresa em relação a diminuir seus poderes no conselho da MRS Logística foi apresentada à Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). `A agência entendeu que isso atende ao edital de privatização` da empresa ferroviária. O edital em questão prevê que não se poderia ter mais de 20% do capital da MRS, a não ser com autorização da ANTT. A Vale possui 37% do capital da empresa.

Agnelli afirmou que `o que a Vale do Rio Doce tem feito em nada afetou a competição no Brasil`. `Quem quiser competir com a Vale está livre para investir em pesquisa, em logística, em portos…`, disse.

A companhia enfrenta uma guerra duríssima com o setor siderúrgico, principalmente com a Companhia Siderúrgica Nacional. A CSN quer o fim do direito de preferência que a Vale tem sobre os excedentes de minério da mina Casa de Pedra. A CSN quer ser a exportadora dos excedentes.

Fonte: O Estado de S. Paulo