Decisão do Cade foi tímida, diz Steinbruch

O diretor-presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, classificou hoje a decisão do Cade (Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência) como `tímida` em relação à concorrência.
`Na nossa opinião foi bastante tímido o resultado em termos de concorrência e acredito que todos esperavam que fosse bastante mais a favor da concorrência, seja de logística ou de minério`, disse.

Além das restrições impostas quanto ao direito de preferência sobre o excedente de produção da mina de Casa de Pedra, o Cade determinou restrições ao poder de veto da Vale na MRS Logística. O poder de veto só poderá ser exercido caso outro acionista da empresa concorde com a posição da Vale. A Vale votava por duas companhias, por ela mesma e pela Caemi, sua controlada.

As restrições à ferrovia foram consideradas leves. `Do ponto de vista da MRS, esperávamos que a Vale saísse da ferrovia por já estar na EFVM (Estrada de Ferro Vitória-Minas). Como são paralelas, a participação delas de qualquer forma inibe e limita a concorrência`, afirmou Steinbruch.

A CSN pretende reavaliar a situação para decidir os próximos passos. `É bastante desconfortável ter um concorrente, o teu único e grande concorrente, sentado junto contigo para tomar as decisões sobre o rumo da companhia`, disse.

O Cade entendeu que o monitoramento da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) é suficiente para a utilização da ferrovia pelas concorrentes da Vale.

A ANTT esperava a decisão do Cade para opinar sobre a participação da Vale na ferrovia, superior ao previsto no edital de licitação, de 20%. A Vale detém 38% de participação, mas alega que pode ter uma participação superior ao previsto, com autorização da agência reguladora.

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Fonte: Folha de S. Paulo

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