Favelas avançam sobre as linhas de trem

Ao entrar no trem que a leva diariamente ao trabalho, a vendedora Andreia Rodrigues Silva, 29, procura sentar sempre longe das janelas de vidro. Tenta evitar, assim, ser alvo de uma pedrada. `Quando o trem passa perto das favelas, fico bem escondidinha. Já vi gente ser atingida e de vez em quando ouço os barulhos das pedras batendo no vagão`, conta.

Os vidros rachados são um dos aspectos associados pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), do governo Geraldo Alckmin (PSDB), ao crescimento de favelas ao longo da malha ferroviária -são 13 pontos, lindeiros aos 270 quilômetros de linhas. Em 2003, havia 11.

A situação leva a problemas como o roubo de fios e cabos, a infiltração de água no solo por meio de esgotos clandestinos e o acúmulo de lixo ao longo dos trilhos -no ano passado, foram recolhidas 5.700 toneladas de material nas seis linhas do sistema, incluindo 320 pneus, 5.000 quilos de papel, fogões, sofás e entulho.
O principal risco dessa proximidade afeta, sobretudo, os próprios moradores das favelas: para ir de um lado ao outro da linha férrea, muitos abrem buracos no muro que limita o espaço do trem e caminham sobre o trilho, o que eleva o risco de acidentes. Houve 73 atropelamentos no sistema de janeiro a junho deste ano, 32 fatais.

Moradores da favela do Moinho, no centro de São Paulo, ainda se lembram da morte de uma menina na linha do trem -a comunidade está ilhada entre duas linhas e a única forma de entrar ou sair das casas é passando sobre os trilhos. A passagem das composições, de 15 em 15 minutos, é anunciada por um apito estridente -o `despertador` da favela, como dizem no local. O aviso, porém, não foi suficiente. `Quando a criança morreu, a turma ficou brava e tacou fogo em tudo aí na linha`, afirma o ajudante-geral Nilson de Oliveira, 30.

A presença de pedestres nos trilhos também compromete a eficiência do sistema. Na linha B (Júlio Prestes-Amador Bueno), considerada uma das mais problemáticas, com quatro pontos de favela, os trens deveriam ir da primeira à última estação em 52 minutos -cada viagem, porém, é concluída com cinco minutos de atraso. `Essa é a situação em relação às ocorrências que já estão consolidadas, mas, se amanhã um novo buraco for aberto no muro da ferrovia, isso vai gerar um atraso de mais um ou dois minutos até consertarem o buraco`, conta Sérgio de Carvalho Júnior, gerente de Atendimento ao Usuário da CPTM.

Com capacidade para alcançar 90 km/h, a previsão é que os veículos trafeguem a 36 km/h. Perto de pontos de risco, como os buracos nos muros, a velocidade das composições cai para algo entre 10 km/h e 20 km/h, segundo Carvalho Júnior.

Atribuições

De acordo com a assessoria da CPTM, a urbanização das favelas e a instalação de passarelas para a população desses locais é atribuição das prefeituras -o sistema engloba 22 municípios.

`Nós visitamos as comunidades em situação de risco e apresentamos o problema, buscando a conscientização das pessoas`, afirma Sérgio de Carvalho Júnior, gerente de Atendimento ao Usuário da CPTM, setor responsável por esse trabalho com as comunidades lindeiras às linhas. Segundo a assessoria da CPTM, muitos acidentes ocorrem perto de passarelas e passagens subterrâneas.

Levantamento fornecido pela Secretaria das Subprefeituras de São Paulo mostra que há três passarelas e passagens subterrâneas associadas a linhas ferroviárias na cidade. A Secretaria de Infra-Estrutura Urbana de São Paulo afirmou, por meio de sua assessoria, que não existe atualmente nenhum projeto para construir novas passarelas na cidade.

O problema habitacional dessas áreas também não parece perto do fim. A Secretaria Municipal da Habitação de São Paulo disse que estão previstas ações em duas favelas próximas ao sistema ferroviário: a do Jaguaré e a Tiquatira.

Há outras três favelas na cidade perto de linhas de trem, mas, segundo a assessoria do órgão, a prioridade é o atendimento à população de co

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Fonte: Folha de S. Paulo

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