Siderúrgicas vencem o monopólio da Vale

O resultado não foi surpresa. Pelo menos para quem conhece a intimidade do Sistema Brasileiro de Concorrência. Nos últimos meses, Daniel Goldberg, secretário de Direito Econômico, vinha freqüentando com assiduidade a residência da presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica, Elizabeth Farina. Havia dois interesses. O primeiro era Tatiana Farina, com quem Daniel namorou por mais de um ano, até as férias de julho. O outro era o veredicto nos sete processos que o Cade teria de avaliar, referentes ao monopólio obtido pela Vale nos últimos anos na produção de minério de ferro. Na noite de quarta-feira 10, descobriu-se que a visão de genro e sogra, em questão antitruste, é quase idêntica.

Em um julgamento histórico, que durou quase sete horas, o Cade aprovou, por unanimidade, sete operações feitas pela Vale entre 2000 e 2001, inclusive a compra de quatro pequenas mineradoras. Mas impôs restrições. E que restrições! Ao final do julgamento, um duro golpe havia sido dado contra a hegemonia da Vale. A companhia terá dois caminhos a escolher: ou abre mão da preferência de compra do filão excedente da mina Casa de Pedra – fruto do processo de descruzamento acionário com a CSN – e unifica suas participações na ferrovia MRS Logística (principal canal de escoamento de minério de ferro do sudeste para o exterior) ou então vende todos os ativos da mineradora Ferteco. E aí estão incluídos minas, terminais portuários e a participação acionária de 15% na MRS. Quando se examina com lupa, descobre-se que o saldo foi uma derrota problemática para a logística da Vale. `A CSN tem sido uma siderúrgica e agora quer ser mineradora. Desejo a eles sucesso`, alfinetou Roger Agnelli, presidente da Vale, após a decisão. `Mas não aceitaremos perder ativos firmados em contrato`.

Qualquer que seja o pacote escolhido pela Vale, a companhia perde um importante direito nas decisões sobre sua malha ferroviária. A imposição do Cade sobre a questão da MRS constava no parecer da SDE. A principal justificativa é a de que a Vale estaria monopolizando a ferrovia, já que possui 38% de participação acionária na MRS e pode votar por duas companhias – por ela mesma e pela Caemi, sua controlada – nas assembléias da ferrovia. São necessários dois votos, ou mais de 20%, para vetar decisões estratégicas da MRS. Pela decisão, os votos da Vale e da Caemi serão considerados como um só. E a companhia ficará com o seu direito de veto esterilizado. `Não há hipótese de a gente vender a Ferteco`, afirmou Agnelli. `É um ativo importante, tem um valor expressivo e contribui para a estratégia da Vale de liderar este mercado`. Como não pretende se desfazer da mineradora, a Vale negocia uma indenização pela perda da Casa de Pedra. O mercado especula que o valor gire entre R$ 1,5 bilhão e R$ 3 bilhões. Atualmente, a produção da Casa de Pedra é de 16 milhões de toneladas por ano e deve chegar a 40 milhões até 2007. `A Vale não será afetada por isso`, avalia Cristiana Viana, da corretora Ágora Senior. “Ela vem investindo em aumento da capacidade e poderá recuperar essa perda”. Mas Benjamim Steinbruch, presidente da CSN, não pretende ceder fácil. As rusgas entre os dois são antigas. Vêm desde a época em que Steinbruch foi substituído por Agnelli à frente da Vale. “O resultado do julgamento foi tímido, abaixo do que o mercado esperava”, comentou Steinbruch na quinta-feira 11 durante evento na CSN. Ele aproveitou para reafirmar seu desejo de transformar a empresa num conglomerado que reúne mineração, cimento, logística e siderurgia.

O alto grau de concentração de Vale e CSN em seus setores se refletiu no enorme contingente que elas mobilizaram para a defesa de suas posições. Foram mais de 20 advogados. Alguns estrelados, como os ex-presidentes do Cade, Ruy Coutinho, do lado da Vale, e Gesner de Oliveira, do lado da CSN. As duas empresas emitiram 13 pareceres diferentes aos órgãos de concorrência só nos últimos 30 dias. No dia do julgamento, Steinbruch preferiu não

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Fonte: Istoé Dinheiro

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