Vale na pauta do Cade

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) voltou a afirmar que o julgamento dos sete processos envolvendo a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) será mesmo na próxima quarta-feira, no dia 10 de agosto, às 14h. O poder sobre o mercado de minério de ferro que a Vale vem reunindo vem tirando o sono da Procuradoria do Cade.
Na prática, a CVRD, dentro do atual cenário, detém o monopólio do modal ferroviário de Minas Gerais. No Estado, a mineradora é controladora da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), que faz a conexão entre a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e o litoral capixaba, e da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) – outra concessão pública -, seu prolongamento natural para o Triângulo Mineiro e Centro-Oeste do país. O conselho tem como intenção impor fronteiras para a empresa no segmento de minério de ferro, modal ferroviário e serviços portuários.

O Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) defende as recomendações feitas à Vale em vender ativos de mineração ou abrir mão do direito de veto, voto e indicação de conselheiros da MRS. Conforme o IBS, o segmento logístico quer ter liberdade para avançar sobre a mineração e ter assegurado o uso da logística para escoar a produção. O IBS considera que a solução dessas questões é única forma de assegurar uma estrutura concorrencial no sistema de mineração de ferro e de logística.

As operações da Vale em análise no Cade envolvem as compras de quatro mineradoras localizadas no interior de Minas Gerais – Socoimex, Samitri, Ferteco e Minerações Brasileiras Reunidas (MBR) – e o descruzamento de participações acionárias entre a CVRD e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Fonte: Diário do Comércio – MG