Governo rebate nota publicada

O Governo do Estado considerou como um emaranhado de inverdades e sofismas a nota paga publicada em jornais do Paraná pelas empresas Pound S/A e Gemon S/A, acionistas da Ferropar, que detém o direito à exploração dos serviços de transporte ferroviário de cargas no trecho Guarapuava/Cascavel.

Ao rebater a nota das empresas acionistas da Ferropar, o Governo alega que a intervenção do Estado se fez necessária para salvaguardar os interesses dos produtores rurais do Oeste do Paraná, que se utilizam da ferrovia para escoamento da produção. Por não realizar os investimentos prometidos na licitação da ferrovia, em 1996, a Ferropar deixou de transportar até fevereiro de 2005 cerca de 12,6 milhões de toneladas de cargas. A empresa comprometeu-se a investir R$ 131 milhões, mas investiu apenas R$ 4 milhões ou seja 3% do prometido. Prometeu disponibilizar 732 vagões e 60 locomotivas, mas operava, no momento da intervenção, com apenas 55 vagões e 4 locomotivas, que sequer atendem às especificações da licitação.

Em abril deste ano, uma inspeção realizada pela ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres, a pedido do Governo do Estado, constatou que a falta dos investimentos prometidos para a frota, equipes de manutenção da linha e dos terminais, resultaram na incapacidade da Ferropar em continuar operando a ferrovia. A ANTT atestou na época que a Ferropar encontra-se em estado de pré-insolvência.

O Governo entende que o descumprimento generalizado do contrato colocou em risco o serviço, a propriedade, a vida e o meio ambiente, tornando-se necessária a intervenção na Ferropar, decisão mantida pela Justiça. Com isso, a Ferropar já soma quinze derrotas na Justiça para a Ferroeste. Apenas uma decisão que lhe é favorável ainda não foi derrubada, a que suspende a tramitação da ação de falência proposta pela Ferroeste, em razão do volume das dívidas da Ferropar: R$ 24 milhões.

Portanto, a intervenção não tem como objetivo favorecer a ALL, mas sim de preservar um patrimônio público, cuja construção foi arcada exclusivamente pelo Governo do Estado por US$ 363,6 milhões. Ao decretar intervenção da Ferropar, o Governo do Estado quer ver sua ferrovia liberta e colocada a disposição da economia do Oeste e do Paraná. “A Ferropar – diz a nota- já teve o benefício da dúvida e da paciência dos produtores e da sociedade por tempo mais do que suficiente”.

Assim, ao afirmar que um movimento cívico de tal envergadura visa beneficiar a ALL é uma ofensa ao Paraná, bem como as entidades que atenderam a convocação do Governo do Estado para a elaboração de um plano emergencial para encontrar as soluções para a grave situação criada pela Ferropar.


Segue a integra da nota elaborada pelo Governo do Estado:

GOVERNO E SOCIEDADE SE UNEM PARA LIBERTAR A FERROVIA SEQUESTRADA PELA FERROPAR E MONOPOLIZADA POR MULTINACIONAIS

A nota publicada pelas empresas Pound S/A e Gemon S/A com o título GOVERNO DO PARANÁ CRIA MONOPÓLIO DE TRANSPORTE PARA A ALL, é um emaranhado de inverdades e sofismas, que, em respeito ao Paraná, é preciso desmascarar. Para isso, nada melhor que deixar os fatos falarem por si:

1. Entre 1991 e 1994, durante a primeira gestão do atual Governador, o Estado do Paraná construiu, entre Guarapuava e Cascavel, o primeiro trecho da Ferroeste, ferrovia com traçado projetado para alcançar Guaíra-PR e avançar até Dourados, no Mato Grosso do Sul. A construção foi suportada exclusivamente pelo Estado e em parceria com o Exército Nacional, ao custo equivalente a US$ 363,6 milhões, mais de R$ 1 bilhão de reais no câmbio da época dos desembolsos do Tesouro.

2. Em 1996, a exploração da ferrovia foi oferecida em leilão pelo Governo de então ao preço mínimo de R$ 25,6 milhões. O licitante único foi um consórcio composto pelas empresas Pound S/A, Gemon S/A e FAO LTDA, que, por não ter concorrentes, ofereceu o preço mínimo e ganhou o direito de pagar o preço oferecido em 30 anos, com três de ca

Fonte: Agência Estadual de Notícias-PR