José Alexandre Resende, diretor-geral da ANTT
Resultado do avanço na regulamentação e da reestruturação societária das concessionárias, o transporte ferroviário de cargas registrou aumento de 12,6% no volume transportado por quilômetro útil em 2004 em comparação com o ano anterior. O número de acidentes foi reduzido para 11,1% e os investimentos tiveram um crescimento de 66,2%, passando de R$ 1,2 bilhão, em 2003, para R$ 1,9 bihão, em 2004, dos quais R$ 1,2 bilhão em material rodante.
Os números acima constam do Relatório Anual de Acompanhamento das Concessões Ferroviárias de 2004, apresentado nesta sexta-feira (dia 16) pelo diretor-geral da ANTT, José Alexandre Resende. “O setor está saneado”, afirmou Resende, que prevê crescimento semelhante do volume transportado neste ano e um aumento de 20% em 2006. A expectativa do especialista resulta da reestruturação societária da Brasil Ferrovias, holding da Ferroban, Novoeste e Ferronorte, que se encontra em curso desde maio passado.
Trata-se de uma previsão factível, uma vez que o crescimento entre 2002 e 2003 foi de 7,5% e entre 2003 e 2004 foi de 9,5%, apesar das dificuldades financeiras e operacionais da Brasil Ferrovias. Ultrapassada esta dificuldade, restará apenas, segundo Resende, equacionar os problemas da Ferropar, o que exigirá uma injeção de R$ 50 milhões.
O volume de carga transportada cresceu 33 milhões no ano passado — 378 milhões contra 345 milhões em 2003 —, impulsionado pela demanda de produtos inéditos na ferrovia, como leite, frango e peças automotivas. Segundo Resende, a maior eficiência na utilização dos 29,7 mil km da malha ferroviária brasileira permitirá elevar de 20% para 30% a participação do setor na matriz de transportes do País.
Muitos investimentos, de acordo com Resende, estão produzindo efeitos neste ano, com destaque para a aquisição de 5,9 mil vagões e 202 locomotivas ao longo de 2004. Além disso, a recuperação da malha e os investimentos em comunicação e sinalização melhoraram a capacidade e segurança operacional do transporte. A todos estes motivos, segundo o diretor-geral da ANTT, deve ser acrescida a maior credibilidade e confiabilidade no modal ferroviário de cargas.
Os contratos de utilização do transporte que, até há pouco tempo, não ultrapassavam dois anos em média, já estão no corte de 5 a 10 anos e há contratos de 22 anos. O aumento da longevidade dos contratos, atesta Resende, asseguram para as 11 concessionárias brasileiras melhores condições de financiamento no mercado.
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