Metrô de São Paulo terá mais dois shoppings

Nas estações de metrô da cidade de São Paulo circulam, por dia, 2,5 milhões de pessoas. Em meio às idas e vindas do trabalho, da escola ou do passeio, pode haver um minuto para as compras. É de olho nessa possibilidade que dois grupos de incorporadores decidiram erguer dois shoppings junto às estações Tucuruvi e Itaquera, em São Paulo, com investimentos de R$ 330 milhões. `O grande diferencial de se ter um shopping no metrô é a garantia de tráfego de pessoas`, diz Paulo Emílio de Castro, diretor do consórcio formado pelas empresas Construbase, Participa, CEI e Taquari, responsáveis pelo shopping Metrô Itaquera.

Além da construção do novo shopping, o grupo também decidiu ampliar as instalações de outro shopping explorado por eles, o Metrô Tatuapé, por causa dos resultados que tem obtido. Nessa expansão na avenida Radial Leste, zona leste de São Paulo, o consórcio investirá R$ 130 milhões para a abertura de outras 180 lojas.

A incorporadora JHSF, responsável pelas obras do shopping no metrô Tucuruvi, também decidiu ampliar o prédio de outro shopping de estação administrado por eles. Por causa das vendas crescentes, o Santa Cruz ganhará no próximo ano mais 50 lojas, totalizando 170 lojas. O projeto original previa essa ampliação apenas daqui a três anos. Segundo José Auriemo Neto, presidente da JHSF, a procura dos lojistas por mais espaços era crescente e por isso decidiu-se antecipar a expansão. O shopping teve vendas de R$ 221 milhões no ano passado e neste ano a previsão é que cresçam 26%. No caso do Tucuruvi, a JHSF viu uma oportunidade de negócio na região. `O único shopping da zona norte da cidade é o Center Norte`, explica Auriemo Neto, da JHSF. O novo concorrente terá 70 mil m2 de área total. Hoje, das 52 estações de metrô de São Paulo, apenas duas têm shoppings: Tatuapé e Santa Cruz. A idéia surgiu há quase dez anos, quando a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) se deparou com alguns terrenos ao redor das estações que não estavam sendo utilizados. `Muitas áreas foram desapropriadas sem necessidade`, explica Reynaldo Dinamarco, gerente de comercialização de novos negócios do Metrô. A solução mais óbvia naquele momento parecia ser vender esses terrenos. Mas o Metrô decidiu transformá-los em uma nova fonte geradora de renda. `Ao vendê-los, receberíamos um cheque e pronto. Com a concessão de um shopping, teríamos uma receita muito maior, garantida por dezenas de anos`, diz Dinamarco. O Metrô recebe mensalmente dos investidores do shopping uma porcentagem das vendas das lojas. Neste ano, os centros comerciais Tatuapé e Santa Cruz irão gerar uma receita de cerca de R$ 10,5 milhões para e empresa. Comparados aos mais de R$ 800 milhões de receitas tarifárias do Metrô, os shoppings não representam muito, mas a intenção é fazer esses outros negócios ganharem importância por causa da lucratividade deles. A atividade principal do metrô, a operação das estações, é deficitária. Em 2004, ele teve um prejuízo de R$ 392,1 milhões. Por esse motivo, o Metrô deve colocar em breve em licitação as áreas onde estão as próprias estações. `A idéia é construir ao redor da estação prédios comerciais ou até mesmo residenciais. Em outros países é muito comum ter uma estação dentro de um edifício`, diz Dinamarco. Os primeiros pontos licitados devem ser Santana, Marechal Deodoro, Vila Mariana e Vila Madalena. Para os empreendedores, estar no metrô também representa uma oportunidade melhor de negócio. `A área de influência de um shopping se expande muito quando ele está perto do metrô porque o acesso das pessoas é facilitado`, afirma Castro, do shopping Metrô Tatuapé. O diretor explica que na região de Itaquera não existe outro shopping, além disso há ligação da área com trens que partem de outros municípios paulistas como Itaquaquecetuba, Poá e Mogi das Cruzes, o que expandirá a área de influência do shopping. Esse novo centro comercial terá 200 lojas em 40 mil m2 de área comercial. De acordo com Felipe Horta, diretor da div

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Fonte: Valor Econômico

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