O ciclo de alta do setor metroferroviário no transporte de passageiros está alavancando os negócios da MPE Montagens e Projetos Especiais S.A., empresa do grupo carioca MPE que atua nas áreas de engenharia, montagem, construção e agroindústria. Em 2006, o negócio de transporte sobre trilhos da MPE vai dobrar de tamanho.
Em 2005 a área faturou R$ 22 milhões, equivalentes a 5% da receita total do ramo de engenharia do grupo, e deve atingir R$ 50 milhões no ano que vem. No total, a carteira de projetos metroferroviários para passageiros da MPE soma R$ 175 milhões, considerando empreendimentos em que a empresa participa sozinha e em parceria com a T-Trans e Bombardier.
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Luiz Cláudio Santoro, presidente da MPE Montagens e Projetos Especiais, diz que a meta é que o segmento de transporte sobre trilhos responda por 10% do faturamento da área de engenharia do grupo no ano que vem, estimado em R$ 500 milhões. O grupo atua em projetos de engenharia por meio de quatro empresas: MPE, EBE, Gemon e Ebse.
“Tivemos sucesso em projetos de transporte sobre trilhos para passageiros e trabalhamos agora na parte de carga, que tem maior potencial de crescimento”, diz Santoro. A MPE participou da concorrência ganha pela Alstom-EADS para fornecer o novo sistema de telecomunicações e sinalização da MRS Logística. No setor metroferroviário de passageiros o crescimento será sustentado por diversos contratos de engenharia, suprimento e construção (EPC, na sigla em inglês) assinados pela MPE e seus sócios.
O contrato mais recente, no valor de R$ 85 milhões, foi assinado com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A obra, ganha por consórcio formado pela T-Trans (60%) e MPE (40%), consiste na modernização de 22 Trens Unidades Elétricas (TUE), série 400, da CPTM, em prazo de 48 meses. As obras serão feitas em unidade da T-Trans no município de Três Rios (RJ).
A MPE também tem contrato em atividade com o Metrô de São Paulo para implantação do sistema de telecomunicações da linha dois. “Em 2006, vamos fazer a instalação e montagem dos equipamentos neste projeto”, diz Santoro. É um contrato de R$ 20 milhões ganho pela MPE (100%). A empresa, diz Santoro, faz a especificação técnica dos equipamentos e elabora os projetos metroferroviários fazendo as encomendas a fabricantes no Brasil e no exterior.
Em outubro deste ano, o consórcio Bom Fim, do qual participam Bombardier e MPE, recebeu a ordem de serviço da Companhia de Transporte de Salvador (CTS) para implantar o sistema de telecomunicações e sinalização do metrô da capital baiana. “Estamos na fase de detalhamento da engenharia e começo da construção”, diz Santoro. O contrato, assinado em dezembro de 2004, é de R$ 56 milhões.
No Rio de Janeiro a MPE tem outros dois contratos em andamento. Um em parceria com a T-Trans com a RioTrilhos, empresa do Estado do Rio, para implantar os sistemas auxiliares da linha um do metrô. São equipamentos de telecomunicação, iluminação e escadas rolantes, entre outros. Cerca de 80% do contrato de R$ 50 milhões já foi implantado. “Agora participamos da fase de implantação do metrô até a estação do Cantagalo (em Copacabana)”, diz Santoro.
No Rio, a MPE também tem um saldo contratual pequeno de um grande contrato para modernização da frota de trens da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Neste mês, a MPE assinou contrato com a CBTU, em Belo Horizonte, para recuperação de um trem, da série 800, em contrato de R$ 4 milhões.
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