Trem de automóveis da Canadian National, em Halton Hills, Ontario, Canadá. Foto: Rob Eull
Não é só no Brasil que o transporte ferroviário está em expansão. O crescimento da economia mundial e o fator China animaram as ferrovias do mundo inteiro, em especial as dos Estados Unidos, onde o transporte chegou a 2,7 trilhões de TKU em 2005, com expansão de 2,4 % sobre 2004, índice significativo para uma economia madura (para efeito de comparação, as ferrovias brasileiras transportaram 221 bilhões de TKU em 2005, com crescimento de 7,6 % sobre 2004).
Todas as quatro ferrovias Classe I dos EUA – BNSF Burlington Northern Santa Fé, Norfolk Southern, CSX Transportation e Union Pacific – apresentaram resultados nunca vistos desde que inventaram o caminhão. O maior lucro líquido foi o da BNSF Burlington Northern Santa Fé – que serve o centro-oeste dos EUA, da fronteira do Canadá ao Golfo do México: US$ 2,9 bilhão, 75 % a mais do que em 2004.
Mas o grande destaque no ano passado não foi uma ferrovia dos EUA e sim uma canadense, a Canadian National – CN – que como todas as demais teve um lucro digno de banco brasileiro mas além disso apresentou o melhor coeficiente operacional entre todas as ferrovias norte-americanas. O coeficiente operacional mede o custo da operação sobre a receita de transporte, e é um indicador de eficiência muito importante, levando em conta o elevado custo fixo das ferrovias. Infelizmente é pouco usado no Brasil. Pois no último trimestre de 2005 o coeficiente operacional da CN foi de 61,8 (significando que cada dólar de receita absorveu 61,8 cents de custo) contra 73,7 para a Norfolk Southern, 76, 8 para a BNSF, 79,0 para a CSX e 86,8 para a UP.
O lucro líquido foi comparável ao da Norfolk Southern – US$ 1,35 bilhão – embora a CN seja menor em extensão (31 mil km de linha contra 34 mil), em faturamento (US$ 5 bilhões contra US$ 7,3 bilhões) e em número de empregados (22 mil contra 28 mil). Em qualquer relação dentro do balanço a CN, que até 1995 era estatal, é a ferrovia mais eficiente da América do Norte.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
*Leia mais sobre a Canadian National Railway na edição de fevereiro da Revista Ferroviária.
Seja o primeiro a comentar