China, Coréia e Bolívia disputam Novoeste

O grupo chinês Jiancsu Zhongye Iron and Steel Co. Ltd. , a boliviana Ferrocarril Oriental e a trading coreana Asian Latin American Marketing Center estão na final da disputa pela Novoeste Brasil, que detém o corredor de bitola estreita da Brasil Ferrovias, somando a Novoeste com a bitola estreita da Ferroban, com quase 2 mil km de extensão. O prazo para entrega das propostas firmes de compra foi encerrado na quarta-feira (dia 22) e a grande surpresa para o mercado foi a entrada de última hora do grupo chinês. Na bitola larga, conforme noticiamos, só se apresentou um candidato, a ALL, com uma proposta conjunta para os dois corredores.

Voltado para o setor siderúrgico e de manganês, o grupo Jiancsu Zhongye  tem interesse na mina de minério e de manganês de Urucum (reservas estimadas em 22 milhões de toneladas de minério de ferro e sete milhões de toneladas de minério de manganês), localizada em Corumbá (MS). Por ocasião do leilão de privatização da Novoeste, em 1996, a reserva despertou o interesse da CVRD, que chegou a entrar no leilão mas perdeu para a Brazil Rail Partners americana.

A Empresa Ferroviária Oriental administra o Ferrocarril del Oriente, que entronca com a Novoeste em Corumbá. A Genesee & Wyoming americana controla 50 % do capital da ferrovia boliviana (o restante pertence a fundos de pensão bolivianos). A Genesee também possui ou tem participação em 48 outras ferrovias, principalmente short-lines norte-americanas.

A Asila representa as empresas coreanas KRTC – Korean Railroad Technical Corporation, consultora de engenharia; Hanah´s, empreiteira responsável pelas obras no porto de Bulsan, o maior da Coréia; Global Rail Consortium, encarregado do projeto do trem de alta velocidade da Flórida; SLS Heavy Industries, indústria de material ferroviário; KCI., consultora; ICAK, gestora de financiamentos do Eximbank americano, e Kaisen Agro-Indústria, que no Brasil está construindo, em São Gabriel do Oeste (MS), uma esmagadora de soja de grande porte, para 600 mil t/ano. O interesse dos coreanos está na soja e na possibilidade da construção de um corredor bi-oceânico por Antofagasta, no Chile.

Fonte: Folha de São Paulo