Completamente privatizado desde 1997, o sistema ferroviário brasileiro de transporte de cargas ainda encara desafios que ameaçam o desenvolvimento pleno do setor. De acordo com dados da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), há no país cerca de 200 mil famílias morando perto de ferrovias, em casas que ameaçam a segurança e a eficiência do transporte.
A agência contabiliza ainda 824 focos de conflito com riscos de acidentes em cerca de 11 mil passagens de nível espalhadas pelo país, das quais 1,1 mil em estado crítico. No último sábado, nove pessoas ficaram feridas, no Ceará, em uma colisão entre um ônibus escolar e um trem cargueiro, o que ilustra a convivência nada harmoniosa. No Rio, a MRS Logística espera apenas o aval da Prefeitura do Rio de Janeiro para iniciar as obras na Vila do Arará, atrás da Refinaria de Manguinhos, para proteger a linha férrea contra possíveis invasões.
Segundo acordo firmado entre a empresa, a Prefeitura e o Ministério das Cidades entre 300 e 320 famílias que atualmente moram a centímetros da linha férrea terão suas residências desapropriadas e serão alocadas em outros lugares. Para evitar novas invasões próximas aos trilhos, a MRS investirá R$ 5 milhões na construção de um muro de dois metros de altura, com quatro metros de distância até os trilhos e que margeará a linha férrea até a entrada do Porto do Rio.
Além disso, a empresa construirá passagens subterrâneas para que as pessoas possam atravessar a ferrovia. Na região próxima à Avenida Dom Hélder Câmara (antiga Suburbana) serão retiradas outras 120 famílias.
Na última semana, o presidente da MRS, Julio Fontana Neto, esteve no Rio para acompanhar a cerimônia de pagamento da primeira indenização para uma família que teve a casa desapropriada pela Prefeitura. Segundo ele, a expectativa da empresa é de que as obras estejam concluídas cerca de 120 dias depois que a Secretaria Municipal de Habitação efetuar as desapropriações.
Os R$ 5 milhões para construção vão se somar a outros R$ 30 milhões que a companhia investirá no Rio de Janeiro este ano na modernização de terminais, galpões e linhas de manobra. No total do país, a previsão é de investimentos de R$ 650 milhões. O objetivo dos investimentos, segundo Fontana, é manter a linha de crescimento da empresa, que fechou 2005 com lucro líquido de R$ 410 milhões e soma, em nove anos de vida, investimentos de R$ 1,6 bilhão.
– A MRS vem crescendo 13% ao ano em volume transportado e 25% em receita – diz Fontana, lembrando que em
Carga valiosa à espera de acordo
Com o acordo com a Prefeitura do Rio, para a retirada das fa
Seja o primeiro a comentar