Senador Delcídio Amaral no Plenário: temor pelo futuro da Novoeste. Foto: Célio Azevedo
Em discurso no Plenário nesta sexta-feira (10), o senador Delcídio Amaral (PT-MS) afirmou que a alienação do controle das concessionárias ferroviárias Ferroban (Ferrovias Bandeirantes S.A.), Ferronorte (Ferrovias Norte Brasil) e Novoeste – que considerou a mais importante operação no setor ferroviário desde a sua privatização, iniciada em 1996 – põe em risco a capacidade brasileira de criar seu próprio desenvolvimento. A venda dessas empresas está prevista para o próximo dia 22.
– O que estará sendo alienado nesse meganegócio, que envolve valores na casa dos bilhões de reais, é a real capacidade de nosso país de estabelecer as estratégias mais adequadas para assegurar nosso progresso – afirmou Delcídio Amaral.
O senador considera que `a privatização mal feita da Novoeste, em 1996, causou prejuízo ao Mato Grosso do Sul e ao Brasil`. Pela ferrovia, na qual eram transportadas mais de 7 milhões de toneladas de carga na década de 90, foram transportadas no ano passado apenas 3,5 milhões de toneladas, como informou o senador.
– O modelo que aí está não atende aos interesses do Mato Grosso do Sul e, portanto, aos do Brasil. Vender a Novoeste desassociada da Ferroban e da Ferronorte é impróprio, já que a Novoeste termina em Mairinque (SP), e Mairinque não é destino, Mairinque é passagem – declarou Delcídio.
Esse projeto, segundo o senador, estagnará a capacidade de transporte da Novoeste nos 3,5 milhões de toneladas de carga que foram transportados no ano passado. O Mato Grosso do Sul precisa de uma oferta de transporte ferroviário de mais de 20 milhões de toneladas por ano, disse Delcídio.
O senador afirmou que está preocupado com o perfil dos possíveis adquirentes das ferrovias porque esse meio de transporte deve atender a várias mercadorias, vários clientes, vários destinos e várias origens.
– A mídia tem noticiado que há candidatos ao negócio que têm, em sua atividade principal, interesses que conflitam com essa pluralidade – disse Delcídio Amaral.
Geraldo Sobreira / Repórter da Agência Senado
Clique aqui e leia o discurso na íntegra.
Seja o primeiro a comentar