“A conclusão da ferrovia Transnordestina pode ser uma das soluções para o rápido escoamento da safra brasileira”, afirma o assessor da Secretaria de Programas Empresariais e do Agronegócio da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Francisco Olavo Batista de Sousa. Segundo ele, esta é uma das conclusões do relatório Corredores de Escoamento da Produção Agrícola, que acaba de ser lançado pela Conab e analisa os diversos aspectos relacionados à capacidade e estrutura logística nacional.
Sousa explica que este primeiro relatório da Conab mostra como as deficiências logísticas podem comprometer, em curtíssimo prazo, o avanço no País na área de agronegócios.
“Os problemas com logística só não são maiores graças as perdas que o produtor tem enfrentado nas últimas três safras”, afirma ele. Segundo Sousa, foram perdidos de 10 a 12 milhões de toneladas de grãos no período, o que reduziu o impacto nos corredores de escoamento de produção.
De norte a sul
Um dos exemplos citados pelo assessor da Conab é a situação da produção de algodão. “Quando o produtor entra na estrada, o pó da terra invade o fardo de algodão e deprecia o produto”, afirma ele. A situação das rodovias é um dos problemas no escoamento da safra nacional.
Outra situação comum são as filas de caminhões próximas aos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), que comprometem os custos agrícolas no Brasil. “A produção do Centro-Oeste, do Norte e do Nordeste do País tem de ser escoada pelos portos do Sul do País, um deslocamento que não existe, por exemplo, na Argentina”, afirma Sousa.
O assessor da Conab afirma que é preciso pensar em alternativas para o transporte. “No Brasil, não existem só os Portos de Paranaguá (PR), Santos(SP), São Francisco (SC) e Rio Grande (RS)”, diz ele. E acrescenta: “Os Portos de Suape (PE), Pecém (CE) e Itaqui (MA) também podem ganhar mais representatividade no País”.
O objetivo da publicação é informar as empresas públicas e privadas sobre a situação rodovias, hidrovias e ferrovias, além da capacidade de armazenagem. “Com as informações, as empresas podem lidar com o assunto na tomada de decisões”, diz ele.
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