A Cia. Vale do Rio Doce confirmou ontem, por meio de sua assessoria, a informação de que propôs às siderúrgicas estrangeiras reajuste de 24% nos preços do minério de ferro tipo fino (sinter-feed) para o ano de 2006. Segundo apurou o Valor com fontes envolvidas nas negociações, esse percentual levou em conta principalmente a valorização do real frente ao dólar nos últimos 12 meses, ao redor de 24%.
O argumento da mineradora para esse nível de reajuste é que ele é fundamental para levar adiante seus planos de investimentos em expansão de suas minas de ferro no país, nos sistemas norte (Carajás) e sul (Minas Gerais). O minério fino, obtidos nas duas frentes de produção, responde por 80% do total comercializado pela Vale. Pelotas, em grande parte, e granulado somam os 20% restantes.
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A proposta de reajuste da Vale foi levada à mesa de negociações no final da quarta rodada, encerrada nesta terça-feira. Ainda não houve contraproposta das usinas chinesas, japonesas e européias, as maiores consumidores mundiais. A expectativa é que seja fechado um acerto na próxima semana, pondo fim a cinco meses de um duro confronto .
Apesar de os entendimentos estarem evoluindo, as mineradoras ainda sentem pressões da China por um reajuste menor. Para o analista de mineração do Santander, Patrick Conrad, o pedido de 24% mostra, entretanto, que existe espaço de uma negociação para baixo por pressão das siderúrgicas. “No ano passado, ela pediu 90% e levou 71,5%. Fico com os 15% de minha estimativa”, disse.
O Credit Suisse continua também com projeção de 15% na média dos vários tipos de minério, incluindo pelotas. Sua expectativa é que as negociações fechem na primeira quinzena de abril.
O mercado de minério de ferro continua demandado e favorável às mineradoras. A China para arrefecer esta demanda teria que reduzir seu ritmo de crescimento econômico, avalia um analista. “Não adianta cortar só a produção de aço.” A Vale projeta demanda de minério por parte da China para 2006 entre 325 milhões e 330 milhões de toneladas. Ela responde por 20% nas vendas ao país, ou seja, cerca de 60 milhões de toneladas.
Fonte: Valor Econômico
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