Além da Ceará Steel, a região Nordeste pode comportar outra siderúrgica no Ceará, com produção destinada ao mercado interno, e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) tem interesse em investir nessa iniciativa, segundo o diretor-presidente da empresa, Benjamin Steinbruch.
O empresário, que já tinha cogitado a possibilidade há cerca de oito anos, preferiu não estimar prazo para um possível novo empreendimento da CSN na região. “O nosso projeto a premissa é que fosse voltado para o mercado interno. Então, eles não seriam conflitantes”, concluiu em relação à siderúrgica cearense. A Ceará Steel, que deve começar a operar em 2009, vai produzir para exportar nos três primeiros anos de funcionamento.
Para ele, no Nordeste, “em algum momento, o poder aquisitivo vai ser melhor e vai viabilizar investimentos que ajudem o desenvolvimento da região e, certamente, uma siderúrgica faz parte disso”.
Em entrevista exclusiva publicada ontem no Diário do Nordeste , ele declarou ter dúvidas em relação à viabilidade do projeto da siderúrgica no Pecém por conta de fatores como o custo Brasil e o real sobrevalorizado. Ontem, em entrevista coletiva, ele afirmou que torce pela viabilidade da usina cearense, mas a considera “mais um projeto arriscado” no Brasil. Para Steinbruch, o empreendimento, como outros voltados para o mercado externo, tem de ser “tremendamente competitivo em quaisquer circunstâncias”.
TRANSNORDESTINA — A Companhia Ferroviária Nacional (CFN), uma subsidiária da CSN, está à frente da construção da Ferrovia Transnordestina. Dos US$ 4,5 bilhões envolvidos na iniciativa, US$ 1,5 bilhão deve vir do Fundo de Investimento do Nordeste (Finor) e outro US$ 1,5 bilhão do Fundo Nacional de Desenvolvimento Econômico (FNDE). Do US$ 1,5 bilhão restante proveniente da iniciativa privada, o grupo presidido por Steinbruch deve investir US$ 1 bilhão.
“A importância maior desse projeto é a gente buscar uma zona nova produtora de grãos que pode atingir 30 milhões de toneladas e que não está sendo usada por falta de logística, que são o sul do Piauí e do Maranhão e o norte da Bahia”, destacou.
O primeiro trecho da ferrovia Transnordestina vai ligar Missão Velha (CE) a Salgueiro (PE) e demandar cerca de US$ 200 milhões. Apesar de ter sido noticiado ontem que as obras teriam início em 26 de maio, Steinbruch não quis falar em prazos.
Para o empresário, o Brasil está bastante atrasado em termos de infra-estrutura, mas considera que o governo Lula fez “o que era possível” nessa área. Para que o Brasil fosse mais competitivo, o ideal seria chegar a uma taxa real de juros que chegasse a 5%, 6% ao ano, avaliou.
TÍTULO – Steinbruch esteve ontem em Fortaleza para receber o título de Cidadão Cearense, na Assembléia Legislativa, proposto pelo deputado Teo Menezes.
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