O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social informou que incluiu no seu portfólio a modalidade de crédito project finance para financiar projetos de infra-estrutura. Ao contrário das demais linhas, esse produto concede crédito a um projeto específico e não a uma determinada empresa – o que reduz o risco da instituição, ajuda na desburocratização da concessão do crédito e tende a elevar o volume de investimentos.
Além disso, a iniciativa segue uma linha adotada por bancos do mundo inteiro, especialmente nos Estados Unidos. É uma medida de sofisticação e modernização do empréstimo financeiro e pode ajudar a desatar o nó na concessão de crédito, afirma o presidente do BNDES, Demian Fiocca, após almoço com empresários na Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), em São Paulo.
Ele explicou que a medida tem o objetivo de elevar a participação da iniciativa privada nos investimentos do setor e diminuir os gargalos da infra-estrutura. De acordo com o banco, sem essa modalidade de crédito o setor privado acaba investindo menos em segmentos intensivos de capital por causa dos riscos que envolvem grandes projetos. A previsão para este ano é elevar em em 20% o volume emprestado em 2005, de R$ 15 bilhões.
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Segundo dados do BNDES, boa parte dos projetos do Plano Decenal de Energia Elétrica , que prevê um aumento de geração da ordem de 41 mil MW até 2015, poderá ser financiada por meio de project finance. No setor hídrico, a instituição já financiou 15%, está analisando outros 15% e tem perspectiva de, até 2007, financiar cerca de 45% do montante previsto no Plano Decenal, de cerca de 12 mil MW.
Hoje, o BNDES analisa 45 projetos de geração de energia, no montante de R$ 18 bilhões e 4 mil MW. No setor ferroviário, o banco espera demanda por financiamento da ordem de R$ 6 bilhões no curto prazo. No ano passado, as consultas para projetos de infra-estrutura no BNDES somaram R$ 29,9 bilhões. O presidente do banco acredita que a maioria dos projetos possam ser feitos na modalidade project Finance.
De acordo com as regras aprovadas, o BNDES somente poderá financiar até 70% do projeto. Além disso, o investidor terá de pôr no mínimo 20% de capital próprio no empreendimento. Caso, o empreendedor queira, poderá financiar a obra com o BNDES e com outra instituição financeira. Outra medida imposta pelo BNDES é a restrição de distribuição de dividendos, por exemplo, aos acionistas.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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