Os governos de Minas, Espírito Santo e Goiás pretendem captar recursos da ordem de R$ 15 bilhões para viabilizar a infra-estrutura de transporte e facilitar o escoamento da produção agropecuária dos três Estados até os portos capixabas. Somente para a recuperação de ferrovias e criação de novos trechos que facilitem o acesso a pólos produtores, deverão ser aplicados R$ 2,5 bilhões. Os recursos deverão ser obtidos junto aos governos dos três estados, o governo federal e empresas, por meio de Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Um protocolo de intenções foi assinado hoje pelos governadores de Minas, Aécio Neves (PSDB), do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), e de Goiás, Alcides Rodrigues (PP), durante a abertura da Super Agro Minas 2006, na capital mineira. O grande objetivo do chamado Planejamento Integrado da Estrutura Logística do Centro-Leste seria a desconcentração das operações nos Portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR) e o deslocamento de parte dos embarques para os portos de Vitória (ES) e Sepetiba (RJ). Trata-se de consolidar um corredor que permita um escoamento a custo mais baixo da produção dos três estados pelos portos capixabas, afirmou o governador mineiro.
O projeto foi elaborado pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) em conjunto com equipe de técnicos dos três governos. Segundo detalhou hoje o diretor-executivo de Logística da CVRD, Guilherme Laager, o planejamento será multimodal, incluindo não apenas as ferrovias e portos, como também rodovias e hidrovias. A idéia, segundo ele é balancear o escoamento da produção, principalmente da região centro-leste do país.
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Laager informou que a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), controlada pela Vale e que atravessa os três Estados, possuía 12% de participação no mercado de transporte de grãos. Esta fatia atingiu 16% no ano passado e deverá chegar a 20% este ano. Conforme o executivo, o projeto poderá incluir também outros portos capixabas como Barra do Riacho e Ubu. O volume de investimentos que seriam feitos pela companhia, porém, ainda não foram mensurados. Nós somos o último elo da cadeia a investir, porque antes a operação tem que envolver os governos estaduais e o federal, afirmou.
Para viabilizar a criação do corredor, o projeto prevê a construção da variante ferroviária entre os municípios mineiros de Sete Lagoas e Patrocínio e a eliminação do gargalo em Serra do Tigre, um trecho de 42 quilômetros no Triângulo Mineiro que possui pesadas restrições operacionais. O projeto será detalhado logo mais em um painel que contará com a participação do ministro Roberto Rodrigues, como parte da programação da Super Agro.
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