Uma missão com 20 empresários — entre eles executivos da Alstom , da Saint-Gobain , da Areva , da Suez e da Thales — acompanhará o presidente francês Jacques Chirac durante sua visita de quatro dias ao Brasil e Chile.
O grupo, que atua nas áreas de infra-estrutura, energia nuclear, alimentos, aeronáutica e bancos, vem ao Brasil com interesses no setor nuclear, comercial, de biocombustíveis, aeronáutica e de defesa. Neste momento, a França é o quarto investidor estrangeiro no Brasil, com mais de 400 empresas instaladas no País.
O presidente do construtor Armaris também acompanhará Chirac para tentar a venda de submarinos ao Brasil.
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O subsecretário-geral político do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Antonio de Aguiar Patriota, confirmou a informação publicada na imprensa estrangeira de que durante a visita do presidente francês a Dassault irá assinar com a Embraer um acordo para a construção de uma usina para a produção de fuselagem de helicópteros.
A França, que tem forte experiência na área de energia nuclear também acompanha com atenção a decisão brasileira sobre a construção da usina de Angra 3. Projetos na área nuclear estão na pauta da viagem ao Brasil.
No caso dos biocombustíveis (álcool e biodiesel, por exemplo), o acordo será de cooperação para ajudar no desenvolvimento de outros países, considerados de economia vulnerável, segundo explicou ontem Patriota.
Ele afirmou que os dois presidentes assinarão uma declaração de intenção para criar um fundo de apoio ao desenvolvimento de energias renováveis.
Durante a visita, Chirac também formalizará o estreitamento dos laços entre a França e os dois países da América Latina, região que por um lado ainda é considerada instável pelas empresas francesas e por outro, parceira na tentativa de encontrar recursos alternativos para lutar contra a pobreza no mundo.
Tanto no Brasil quanto no Chile, Chirac mencionará as conseqüências de um crescimento mal distribuído e as tensões surgidas no setor de petróleo e gás.
Como também têm interesses em comum na Bolívia, já que empresa francesa Total também atua no país, Chirac também tratará das recentes mudanças na legislação boliviana sobre a produção de petróleo.
O presidente francês se verá também obrigado a mencionar na viagem a Santiago e a Brasília as negociações na Organização Mundial de Comércio (OMC), atualmente paralisadas devido à oposição entre Europa e países como o Brasil pela questão das subvenções agrícolas. No entanto, Patriota disse que não se deve esperar o anúncio de possíveis avanços, já que trata-se de uma reunião bilateral, e que os dois países não teriam autonomia para negociar assuntos multilaterais (União Européia e o G-20).
O subsecretário evitou dar detalhes sobre os acordos na área de defesa, alegando haver necessidade de confidencialidade sobre o assunto, mas destacou que serão acertados intercâmbios de instrutores, apoio logístico, conversas sobre pesquisa, desenvolvimento, e de cooperação para ações de paz da Organização das Nações Unidas (ONU). O embaixador afirmou ainda que a França, assim como o Brasil, apoia a reforma e ampliação do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A França é o quarto maior investidor estrangeiro no Brasil, mas a balança comercial pesa mais para o lado dos produtos franceses, o que fez com que o Brasil registrasse em 2005 um déficit em relação a França. O governo brasileiro pretende diversificar exportações à França a fim de reequilibrar esse comércio.
Chirac começará a viagem em Brasília, onde chega amanhã à noite, com uma visita de Estado de dois dias durante os quais se reunirá com o presidente Luiz Inacio Lula da Silva e pronunciará um discurso no Congresso.
Sexta-feira, Chirac desembarcará em Santiago na primeira visita de um chefe de Estado francês desde a realizada por Charles de Gaulle em 1964. Na capital chilena se reunirá com a presidente, a socialista Mi
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