Devagar, o metrô se aproxima mais de Ipanema. Como antecipou ontem a coluna de Ancelmo Gois, o BNDES deu sinal verde ao projeto apresentado pelo governo do estado para levar a Linha 1 até o bairro — o que, segundo o plano inicial, deveria ter ocorrido em 1979. De acordo com o diretor da área social do banco, Élvio Gaspar, o pedido de financiamento foi enquadrado, ou seja, passou pelo crivo inicial. O estado pede R$ 320 milhões dos R$ 480 milhões que a obra custará.
Nos próximos 20 dias, na previsão de Gaspar, a área operacional do BNDES deve aprovar o projeto. Mas a liberação do dinheiro só sairá depois que o estado apresentar certidões negativas de débito com o governo federal.
Não será preciso nova licitação para a obra – A Rio Trilhos, empresa estatal responsável pelas obras do metrô, não informou se todas as certidões negativas estão prontas. Mas explicou que o túnel entre a futura Estação Cantagalo, em Copacabana, e a Praça General Osório já está adiantado. Oficialmente, as obras vão começar no dia seguinte à assinatura do contrato, já que não há necessidade de uma nova licitação.
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— O projeto do metrô é muito conhecido por nós. Já havia sido apresentado em detalhes pelo estado. Por isso, o período de análise da área operacional, que leva meses no caso de um projeto de infra-estrutura, será curto. Em meados de junho devemos ter tudo aprovado — afirma Élvio Gaspar. — Caberá, então, ao estado apresentar as certidões. Essa é a questão. Os governos estaduais sempre têm probleminhas, uma empresa pública que deixou de pagar um imposto ou algo assim. Se houver dívida, o Tesouro Nacional não autoriza o empréstimo.
Esta semana, operários trabalham na recolocação das pedras portuguesas na calçada da Rua Anita Garibaldi, uma das mais castigadas pela obra de expansão até a Estação Cantagalo. Após a inauguração da Estação Siqueira Campos, a rua continuou parcialmente interditada e com a pavimentação precária.
Dentro da nova estação, as obras seguem num ritmo mais lento do que o prometido. Em 2004, a Rio Trilhos previra a conclusão dos trabalhos para março passado. Mas apenas as plataformas estão prontas. A instalação dos equipamentos de operação e dos trilhos, última etapa do projeto, só ocorrerá depois que a construção estiver terminada. A Rio Trilhos não arriscou uma nova previsão de quando isso acontecerá.
Túnel começou a ser aberto nos anos 80 – No ano passado, os trabalhos tiveram o ritmo reduzido depois que os repasses do BNDES foram suspensos por conta de dívidas do Estado do Rio com o próprio banco e com o INSS. A expansão da Siqueira Campos ao Cantagalo contou com um túnel que começou a ser aberto nos anos 80, durante o governo Moreira Franco, e foi abandonado em seguida por falta de recursos.
O custo dessa etapa da Estação Cantagalo, cuja construção se prolonga por quase 20 anos — se for contado o tempo de abertura do túnel — é estimado em R$ 260 milhões. Ano passado, o governo do estado anunciou que iniciaria, ainda em 2005, a construção da Linha 3 (Niterói-Itaboraí). A obra está orçada em R$ 2 bilhões e ainda não começou.
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