Localizado no centro do mapa brasileiro, o Tocantins se posiciona como eixo estratégico para o transporte de cargas entre as regiões do país, o que se consolidará com a ativação da Ferrovia Norte-Sul. Complementada por seis plataformas que agilizarão os processos de carga e descarga, a ferrovia será o elemento final de um sistema múltiplo de transportes do Estado, composto também pela hidrovia Araguaia-Tocantins e pela rodovia BR-153.
Com a ativação da ferrovia, cujas obras não serão mais interrompidas, segundo assegurou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em recentemente visita ao Tocantins; o sistema de transportes do Estado inicia uma nova era, tão “próspera e vital” quanto a que teve início com a instalação da BR-153, segundo avalia o governador Marcelo Miranda (PMDB).
Porque tamanha importância? A ferrovia será uma das alternativas mais viáveis para o fluxo de cargas a longa distância, do Norte e Nordeste ao Sul e Sudeste do país, possibilitando o barateamento dos fretes. As exportações da região Central do Brasil também se tornarão mais competitivas, visto a ligação de seus trilhos com a Estrada de Ferro Carajás (PA), levando ao Porto de Itaqui (MA), ponto de partida para o mercado externo.
Por suas possibilidades logísticas, a Ferrovia Norte-Sul vai funcionar como elemento propulsor da economia local, fato destacado em um dos painéis na tarde desta terça-feira, 30, durante o 1º Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Tocantins, que acontece desde a segunda-feira, 29, e se encerra nesta terça, no auditório do Palácio Araguaia, em Palmas.
O presidente da Adecon – Agência de Desenvolvimento Sustentável do Corredor Centro Norte, Adalberto Tokarski, avalia que, mesmo em fase de obras, a estrada de ferro já interfere na economia local. “A Ferrovia Norte-Sul está avançando bastante e o Corredor Centro Norte, hoje, se torna uma referência econômica nacional; empresários estão vindo para verificar toda essa logística”, disse Tokarski, defendendo que a amplitude de seu uso deve ser discutida antecipadamente. “A ferrovia tem que ser pensada como instrumento de desenvolvimento regional como um todo, e não só para o transporte de soja”, completou.
Serão 1.550 quilômetros de estrada de ferro, ligando o Maranhão, Tocantins e Goiás. O Tocantins será o maior beneficiado. Quase metade da extensão da ferrovia (724 quilômetros) estará localizada em seu território, atravessando o Tocantins de ponta a ponta.
Complemento
A multimodalidade de transporte, que visa a integração nacional em favor do escoamento das cargas, encontra um auxílio considerável no Tocantins: quando for necessário utilizar rodovias estaduais, o motorista irá encontrar um dos melhores trechos de pavimentação do país.
Segundo o Guia Quatro Rodas, a mais conceituada publicação nacional direcionada aos viajantes rodoviários, o Tocantins não conta com nenhum trecho de suas principais rodovias em situação precária. Quando foi emancipado, em 1988, o Estado contava com 308,74 km de rodovias estaduais asfaltadas. Atualmente, são já são 5.754.
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