Mobilizados desde quarta-feira, agricultores de Mato Grosso do Sul radicalizaram ontem fechando a primeira rodovia e o acesso à Ferronorte, em Chapadão do Sul, uma das mais importantes regiões produtoras de grãos do Estado. E a partir de segunda-feira os bloqueios devem estender-se a outras regiões.
Desde ontem à tarde, a MS-306 (na saída de Chapadão a Cassilândia) está interditada para a passagem de caminhões e o acesso de cargas ao terminal da Ferronorte também está impedido. Locomotivas que chegavam de Mato Grosso não estavam impedidas de seguir viagem, segundo os organizadores dos protestos em Chapadão. A partir de hoje, boa parte do comércio também deve fechar as portas em solidariedade aos agricultores, que exigem preços melhores para os produtos, principalmente a soja.
Na segunda-feira, outros municípios da região Norte do Estado, principalmente São Gabriel do Oeste e Bandeirantes, vão engrossar o movimento, bloqueando por tempo indeterminado a passagem de caminhões que transportam produtos agrícolas através da BR-163.
Na região sul, lideranças sindicais também deixaram claro ontem que será impossível impedir os bloqueios de rodovias como a BR-267 (acesso a São Paulo por Bataguassu), a BR-487 (acesso ao Paraná por Naviraí) e a BR-163 (que leva ao Paraná via Mundo Novo). Fechando estas rodovias, será praticamente impossível chegar aos portos de Paranaguá e Santos.
O produtor rural e membro da comissão pró-agronegócios de São Gabriel do Oeste Paulo José Iuhniseki disse ontem que dois municípios de Mato Grosso – Rondonópolis e Primavera do Oeste – devem também participar do movimento a partir de segunda-feira, com o fechamento da mesma rodovia. Paulo José explicou que, com a adesão dos dois municípios do Estado vizinho, poderá não ser necessário bloquear a BR-163 na região norte de Mato Grosso do Sul, pois a maior parte das cargas ficará retida no Estado vizinho.
O produtor esclareceu que este movimento partiu da base, ou seja, entre os produtores rurais e comerciantes, que estão descontentes com o preço dos produtos agrícolas e dos altos impostos. O movimento não partiu de líderes sindicais, como em outras vezes. Queremos mostrar às autoridades a situação dos produtores e comerciantes, complementou Iuhniseki.
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