O Governo Federal pretende construir o primeiro trem de alta velocidade da América do Sul. O ousado projeto, que pretende ligar São Paulo e Rio de Janeiro, prevê um gasto de US$ 9 bilhões e a geração de mais de 140 mil empregos durante as obras. O projeto é da Valec Engenharia e Transportes, estatal ligada ao Ministério dos Transportes.
Capaz de alcançar velocidades de 330 km/h, o trem deve percorrer os 400 quilômetros de distância entre a Estação da Luz e a Central do Brasil em uma hora e quinze minutos. A capacidade deve ser de 855 passageiros por viagem, que deve acontecer a cada 15 minutos.
De acordo com estudos feitos pelo Ministério, uma passagem do trem-bala custará cerca de US$ 50 (R$ 115). Hoje, o preço médio da passagem aérea São Paulo-Rio de Janeiro gira em torno de R$ 150, num vôo de 50 minutos. De ônibus, o passageiro gasta aproximadamente R$ 70 para fazer o mesmo trajeto, em cinco horas e meia.
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A legislação que abre caminho para a obra acaba de ser sancionada. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, no último dia 9, a lei nº 11.297, que altera o Plano Nacional da Viação, autorizando a construção do moderno projeto ferroviário.
O negócio deve gerar gastos entre US$ 6,3 bilhões ou US$ 9 bilhões – o valor vai depender do modelo a ser adotado com base para o edital de concessão, previsto para o segundo semestre.
Porém, a empresa concessionária já está praticamente definida. Dois grupos fizeram propostas de modelagem técnica e financeira do trem-bala. A Italplan Engeneering, Environment & Transports sugeriu a tecnologia italiana, com um custo total de US$ 9 bilhões. Já o consórcio formado por Siemens, Odebrecht e Interglobal apresentou um projeto com tecnologia alemã e investimento estimado em US$ 6,3 bilhões. No começo do ano, o grupo de trabalho criado pelo Ministério dos Transportes para discutir o assunto recomendou o modelo dos italianos ao então ministro Alfredo Pereira Nascimento.
Apesar de ainda não confirmar, o Ministério deve escolher a italiana Italplan por critérios financeiros. É a empresa que mostrou mais credibilidade e tradição neste ramo, afirma Afrânio Pedreira, assessor de imprensa do Ministério dos Transportes. A Italplan previu investimentos 100% privados, enquanto o consórcio Siemens, Odebrecht e Interglobal embutiu financiamento público. Porém, após a preferência pela empresa italiana, a Italplan apresentou a planilha de custos do trem-bala ao BNDES (Bando Nacional de Desenvolvimento Nacional), e incluiu a previsão de financiamento do banco.
A estimativa do Ministério dos Transportes é que o projeto fique pronto em sete anos. O trem-bala deverá ser construído por meio de Parceria Público-Provada, contanto com investimentos do governo federal e de empresas, que poderão explorar o sistema por até 35 anos. Até o final deste ano, o Ministério pretende iniciar a desapropriação das áreas que serão cortadas pelo trem de alta velocidade.
Goiás também quer o trem
Correndo por fora na disputa pelo primeiro trem-bala da América do Sul, Brasília e Goiânia também planejam a ligação entre as duas capitais por linhas férreas. Prevista param iniciar as obras no início de 2006, a idéia surgiu em 2004, mas ainda não saiu do papel. O projeto prevê o transporte de passageiros durante o dia, enquanto à noite o trem transportaria cargas. A estatal Ferrovias Italianas (Italferr), vinculada ao Ministério da Infra-Estrutura da Itália, estava cotada para definir os parâmetros técnicos do projeto do trem-bala. De acordo com a assessoria de imprensa do Governo de Goiás, não há data definida para a retomada do projeto do trem-bala.
(Gazeta de Ribeirão)
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