O presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Mauro Dias, apresentou ontem uma Agenda Estratégica para o Desenvolvimento do Transporte Ferroviário de Cargas no Brasil, para assegurar o desenvolvimento sustentável do segmento na próxima década. A intenção é aumentar em 10 pontos percentuais a participação da ferrovia na matriz de transportes de cargas do Brasil. O documento foi encaminhado ontem ao ministro dos Transportes, Sérgio Passos, durante o seminário Brasil nos Trilhos -As ferrovias trilhando o século 21, em Brasília.
Os pontos eleitos, segundo Dias, são a eliminação de gargalos (invasão de faixa de domínio e passagem em nível, que é a falta de sinalização para a passagem dos trens). Além disso, consta a expansão da malha ferroviária, o aperfeiçoamento da intermodalidade ( integração dos modais), a resolução dos passivos trabalhista e ambiental da extinta Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), a regulamentação do setor, aperfeiçoamento da estrutura tributária aplicada às ferrovias. Foram eleitos também o fortalecimento da indústria ferroviária nacional, campanhas de segurança, investimentos tecnológicos, capacitação profissional.
A ANTF defende um aporte de R$ 7,5 bilhões da iniciativa privada e mais de R$ 4 bilhões do governo para eliminar os gargalos da malha ferroviária. Estudos da ANTF indicam que a aplicação dos recursos privados podem elevar a participação do setor para 28% até 2008, e pode elevar para 30%, no mesmo período, se os aportes sugeridos pelo setor ao Governo ao Federal forem realizados pela União.
O ministro falou também que o governo estuda a retomada do transporte ferroviário de passageiros, com o apoio do BNDES para a recuperação da via. Esse é um ramo que pode efetivamente crescer. O transporte ferroviário de passageiros ficou relegado a segundo e terceiro plano por muitos anos. Temos trabalhado no sentido de propiciar condições para que diversas regiões do País que tenham interesses culturais, turísticos, possam efetivamente fazer os chamados trens turísticos.
Além disso, o ministro ressaltou os desembolsos do BNDES para projetos do setor ferroviário previstos para 2006 em R$ 1,2 bilhão, duas vezes superior aos R$ 616 milhões liberados pelo Banco no ano passado. São novos investimentos em construção de vagões, na redução de gargalos e modernização da malha.
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