Em 2006, o setor ferroviário completará dez anos de concessão. Em 1996, impossibilitado de gerar recursos necessários para continuar com os investimentos no modal, o Governo Federal decidiu desenvolver ações voltadas à privatização, concessão e delegação de serviços públicos de transportes à iniciativa privada.
A partir do momento em que as ferrovias passaram para poder privado, os resultados começaram a aparecer e a utilização e credibilidade do modal foi novamente retomada. Números divulgados na quinta-feira (01/06), durante coletiva de imprensa da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), em São Paulo, foram divulgados os últimos números do setor.
Mauro Dias, presidente da ANTF, ressaltou que as empresas associadas à entidade investiram, de 1997 a 2005, um montante de R$ 9,5 bilhões, o que gerou mais de 30 mil empregos diretor e indiretos no Brasil.
As empresas de transporte ferroviário de carga, que assumiram o controle de 11 malhas, gerencial um total de 28,238 mil quilômetros de malha ferroviária, que representa 95% do sistema. Em dez anos de concessão, as companhias conquistaram destaque pela importância dos serviços na cadeia logística brasileira e mostraram que o modal férreo é extremamente importante para o escoamento da produção industrial e agrícola, o que auxilia a aumentar a competitividade brasileira no comércio exterior, disse.
Conforme Dias, as concessionárias aumentaram a participação das ferrovias na matriz de transporte do Brasil de 19% em 1996, para 26% em 2006. A produção ferroviária cresceu 67% entre 1997 e 2005, com as cargas gerais respondendo por 85% da movimentação realizada nos trilhos privados, comentou.
Com base em estudos da ANTF, a aplicação dos recursos privados permitirá que as ferrovias aumentem a participação na matriz de transporte para 28% até 2008, podendo chegar a 30% se os investimentos sugeridos forem realizados pela União.
Este seria um avanço significativo em direção ao parâmetro internacional de 42% que poderia ser alcançado em um futuro próximo com uma maior utilização da intermodalidade. Porém, esperamos que até 2016, o setor ferroviário corresponda por 35% do escoamento da produção brasileira, ressaltou Dias.
Em dez anos de concessão ferroviária, as empresas conseguiram elevar em 55% o volume de carga transportada. Em 2004, o montante movimentado aumentou 7%.
De acordo com Rodrigo Vilaça, diretor-executivo da ANTF, para 2006, as empresas detentoras das concessões ferroviárias planejam investir R$ 2,35 bilhões e encerrar o ano com um incremento entre 9% e 11% no volume transportado. Assim, atingiríamos uma movimentação de 435,7 milhões de toneladas escoadas pelo modal ferroviário, salientou.
Vilaça completou ainda que na última década foram obtidas outras conquistas importantes no setor, como o aumento de 62% na produção, que passou de 137 bilhões de TKUs (Tonelada Por Quilômetro Útil) para 22 bilhões de TKUs, com redução de 56% no índice de acidentes, com crescimento no volume embarcado, com destaque para agronegócios e produtos de maior valor agregado como eletroeletrônicos e automóveis.
Atualmente, o setor conta com uma frota de 72 mil vagões, 2,3 mil locomotivas, com melhoria considerável do sistema, investimentos em novas tecnologias, aumento de parcerias com clientes e operadores logísticos, ações de responsabilidade social, assinatura de contratos de operacionais de longo prazo, que compreendem até 23 anos.
Conseguimos transformar o patrimônio líquida da maioria das ferrovias do negativo para positivo, com recolhimento de R$ 2,122 bilhões à União dos pagamentos trimestrais de concessão e arrendamento dos bens operacionais, contribuição de R$ 466 milhões para a Cide e desoneração aos cofres públicos de R$ 300 milhões por ano, correspondentes aos déficits anuais da operação das malhas da RFFSA, completou o diretor-executivo da ANTF.
Porém, lembrou Vilaça,
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