A Embaquim, fabricante de bolsas plásticas com até 24 mil litros de capacidade para transporte de líquidos e materiais pastosos, como tintas, cosméticos e sucos, vai entrar em uma nova área. A partir do mês que vem, a empresa começará a fabricar bolsas de ar para amortecimento de cargas durante o transporte, principalmente rodoviário e ferroviário. É um setor pouco explorado no Brasil, onde o mais comum é o uso de madeira para esta finalidade, diz o presidente da empresa, Ronaldo Lopes Canteiro.
Segundo ele, este produto vai enfrentar a concorrência do material importado de países como China, Estados Unidos, Finlândia e Cingapura. Para ganhar espaço, a empresa pretende vender seus produtos a quase metade do preço do importado, o que equivale a cerca de R$ 12 por cada bolsa de 1 metro de altura por 1,20 metro de comprimento. Isso será possível porque a empresa vai aproveitar a estrutura já montada na fábrica para produzir as embalagens. A principal diferença é que o novo produto, ao contrário das embalagens, não precisa ser asséptico, explica o executivo.
Nos últimos seis meses, a empresa instalou uma nova linha de produção para fazer os sacos de ar, com capacidade para 100 mil bolsas por mês. Canteiro espera atingir carga total nesta linha, que custou cerca de R$ 250 mil, dentro de um ano.
O executivo explica que as bolsas de ar podem ser usadas para qualquer tipo de carga, mas que seu foco principal será o transporte de frutas para exportação. Em média, cada contêiner usa dez bolsas para amortecimento.
Na área de embalagens, a empresa está investindo em exportação para os Estados Unidos e para a América Central para compensar a demanda estagnada do mercado interno. Estamos passando por um ano difícil no Brasil porque a demanda varia de acordo com o comportamento da economia, diz.
Hoje, a empresa exporta apenas 4% da produção, para países da América do Sul, como Argentina e Chile. O objetivo do executivo, no entanto, é chegar a 30%. Para isso, a Embaquim está desenvolvendo produtos com mais valor agregado, como uma bolsa para transporte de 24 mil litros e uma de mil litros. O produto mais vendido neste setor, considerado uma commodity, tem capacidade para dez litros.
Nos Estados Unidos, a empresa está negociando a exportação dos produtos para uma fabricante de engradados plásticos que aluga o material para transporte e poderá alugar também os sacos plásticos, que vão dentro dos engradados.
A fábrica da empresa, localizada no bairro do Ipiranga, em São Paulo, está produzindo 25 mil unidades da bolsa gigante por mês. Com cerca de 100 funcionários operando em três turnos, a unidade opera há 25 anos. Alguns de seus maiores clientes no Brasil são a Nestlé e a Basf.
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